Vantagens e desvantagens
Os organismos geneticamente modificados levantam importantes questões éticas e de segurança. Em termos de opinião pública, as plantas geneticamente modificadas são alvo de maior preocupação, até porque estas já se encontram inseridas na alimentação humana, situação que ainda não ocorre com os animais.
Ao cultivar plantas geneticamente modificadas o produtor usufrui de benefícios como a proteção contra insetos, o controle de ervas daninhas, a redução do custo de produção e o consequente aumento de produtividade.
Por outro lado, o consumidor tem acesso a produtos produzidos com menos agrotóxicos e com determinadas características que os tornam mais saudáveis como, por exemplo, soja com óleo de melhor qualidade.
Por outro lado, há preocupações com a saúde humana e consequências ecológicas. As maiores preocupações centram-se no aumento do risco de consumo para indivíduos com alergias, no uso desnecessário de pesticidas em plantas resistentes e em as plantas transgénicas transmitirem estes novos genes para as plantas selvagens. Por exemplo, por transferência polínica, plantas daninhas podem ganhar resistência a herbicidas, doenças ou insetos, tornando-se superpragas difíceis de controlar. Para impedir esta última consequência a engenharia genética produz plantas transgénicas incapazes de hibridizar.
Regras
A União Europeia é detentora de uma das legislações mais rígidas em relação a organismos geneticamente modificados, tendo aprovado o menor número de plantas aptas a serem submetidas a este processo. Até à data foram autorizados para a alimentação humana os produtos pertencentes às seguintes espécies: algodão, milho, colza, soja e beterraba. Para cultivo, apenas um único organismo geneticamente modificado está autorizado pela União Europeia: o milho MON810.
O cultivo destes organismos tem também de cumprir um conjunto de requisitos de modo a garantir que são seguros para venda e consumo e que não têm um impacto ambiental negativo.
O futuro da alimentação e da indústria têxtil
Como sucede com muitas das novas tecnologias da indústria da alimentação, a aplicação da transformação genética deve prosseguir com a necessária humildade e precaução.
Os benefícios que traz para o aumento da produtividade na agricultura, a possibilidade de pôr um fim à era dos herbicidas e pesticidas que poluem o solo, de permitir combater o défice de determinados compostos apenas através da alimentação, como é o exemplo do ferro e do magnésio, e até diminuir a fome de uma população em constante crescimento, são altamente apelativos.
Na indústria têxtil as plantas geneticamente modificadas permitem obter tecidos de melhor qualidade, com menor custo e mais sustentáveis, sendo por isso encarados por muitos agricultores e empresários como o futuro deste mercado.
Mais recentemente têm surgido várias espécies alteradas por edição genética (NGT, do inglês “New Genomic Techniques”), que é diferente da transformação genética por ser mais precisa e por permitir alterações muito subtis no ADN, por vezes tão pequenas que pouco se distinguem das alterações naturais. Apesar disso, são suficientes para aumentar a produtividade, contornar os efeitos das alterações climáticas, por maior resistência à seca, ou até eliminar compostos alergénicos.
Assim, não há que temer este avanço tecnológico, mas sim reconhecer a sua relevância e as inúmeras maneiras através das quais nos pode ajudar. ✿