atómica fevereiro de 2025 | Page 25

A HISTÓRIA

 

A fotografia Polaroid tem uma história rica e fascinante, marcada pela inovação e criatividade. Esta invenção abriu uma nova era para a arte fotográfica.

Hoje em dia, damos por garantida a capacidade de analisar instantaneamente as nossas fotografias, sendo que antes dos anos 50, os fotógrafos tinham de esperar entre trinta minutos a duas horas para que as suas fotografias fossem reveladas. Mas isso tudo mudou, quando a primeira câmara instantânea apareceu em 1948, criada por Edwin Land, um jovem cientista e inventor.

 

Ao longo dos anos 50 e 60, a fotografia instantânea cresceu em popularidade. Introduzindo novos modelos (câmaras e filmes mais pequenos, mais leves e mais práticos de utilizar), a Polaroid tornou-se uma sensação, também ela,  instantânea! No final da década de 60 atingiu 400 milhões de dólares de vendas! Usadas em reuniões familiares, projetos artísticos e sessões de fotografia profissionais, as câmaras Polaroid eram adotadas pela sua utilização fácil e capacidade de dar vida a momentos/memórias instantaneamente. Rapidamente, o seu público cresceu e a Polaroid atingiu o seu auge durante os anos 70 e 80.

 

Porém, na década de 90, a fotografia Polaroid enfrentou um novo desafio: a fotografia digital. A empresa tentou fazer a transição para a tecnologia digital, mas não conseguiu competir com o mercado em rápida evolução, e a fotografia instantânea foi então ultrapassada. Em 2001, a Polaroid declarou falência e deixou de produzir película instantânea, o que marcou uma mudança triste para os fotógrafos de todo o mundo.

 No início da década de 2010, quando parecia que a Polaroid poderia desaparecer, assistiu-se a uma crescente nostalgia pelas experiências analógicas, incluindo a fotografia com película. O Impossible Project, um grupo dedicado a preservar a tradição da Polaroid, tentou ressuscitar a fotografia instantânea. Ao comprar a última fábrica da Polaroid, produzir película instantânea e até fabricar novas câmaras com esta tecnologia, a fotografia Polaroid renasceu e o mundo apaixonou-se de novo pela fotografia instantânea.

 

Atualmente, a Polaroid continua a inovar com híbridos digitais-analógicos e películas de edição limitada que combinam o apelo do aspeto nostálgico com características modernas.

A TECNOLOGIA

 

O filme Polaroid foi inventado por Edwin Land, que fundou a Polaroid Corporation em 1937. Inicialmente, a empresa focava-se em produzir filtros polarizadores para óculos e dispositivos ópticos. Ora consta que, no final dos anos 40, a filha de três anos deste cientista e inventor americano terá perguntado ao pai qual era a razão de se ter de esperar tanto tempo para ver as fotografias. Esta pergunta terá motivado Edwin Land a explorar a possibilidade da fotografia instantânea. Após muitos anos de experimentação, Land conseguiu criar um filme que era capaz de se revelar em apenas 60 segundos!

Este filme tem várias camadas. Quando a luz entra na câmara e o atinge, têm início reações químicas que desencadeiam o processo da revelação.

Mas como funciona, então, o processo de revelação? Que substâncias químicas são estas que permitem a criação de uma imagem colorida?

 

De uma forma simplificada, a emulsão do filme contém três camadas de cristais de brometo de prata (o composto químico sensível à luz), sendo cada uma das camadas ativada por uma cor de luz diferente (vermelho, verde ou azul) por conter diferentes corantes. Os corantes em cada camada são: amarelo, na camada que reage com a luz azul; magenta na camada que reage com a luz verde; e ciano, na camada que reage com a luz vermelha.

Por exemplo, se um objeto fotografado for verde, ele vai refletir essa cor. Nessa área da foto, o corante magenta não poderá passar. Mas os corantes ciano e amarelo podem passar e misturam-se para produzir uma cor verde!

 

A luz desencadeia, assim, reações químicas no filme Polaroid, em áreas específicas do papel, dependendo do tipo e da intensidade da luz refletida pelos objetos fotografados. Diferentes tipos e intensidades de luz fazem aparecer diferentes cores nas áreas certas do papel.

 

Quando a foto sai da câmara, cilindros pressionam o papel Polaroid. Esse movimento estoura bolhas que contêm as substâncias químicas reveladoras, espalhando-as pelas camadas do papel. Estes agentes químicos reveladores reagem com os haletos de prata expostos à luz, formando a imagem. Uma substância química neutralizadora é ativada depois de algum tempo, para parar a reação e preservar a imagem. Isso garante que a foto não continue a mudar depois de revelada.

 

Resumindo: a luz inicia as reações químicas, e o movimento do papel e a ativação dos agentes químicos transformam uma folha em branco numa imagem colorida completa. É uma reação química coreografada para criar arte instantânea!