atómica fevereiro de 2023 | Page 22

EXTRAÇÃO E IDENTIFICAÇÃO DE DNA EM VEGETAIS

Por: Ana Pinto e Maria Luisa Rodrigues

Com o avanço biotecnológico e da biologia molecular, tornou-se possível a identificação de seres vivos a partir de pequenas sequências de DNA, entre 400 pb (par de bases de nucleótidos) a 800 pb – os Códigos de Barra Genéticos (DNA barcodes - Figura 1), capazes de identificar todas as espécies através da sua variação genética. O desenvolvimento da bioinformática contribuiu também ao permitir a rápida análise de dados da sequenciação de DNA e RNA indispensável à classificação de espécies.

Figura 1- DNA barcoding

As relações de parentesco (filogenéticas) dependem das relações genéticas definidas pela partilha de ancestrais que podem ser determinadas através da técnica de barcoding contribuindo assim para o conhecimento da evolução das espécies estudadas (ao longo do tempo a partir de um ancestral comum).

Este procedimento é utilizado atualmente em inúmeros setores da indústria e da saúde como por exemplo: na alimentação, ao garantir ao consumidor que a espécie indicada na rotulagem corresponde à introduzida no pacote comprado; e na saúde, ao permitir identificar inequivocamente o vírus que infetou um dado paciente, garantindo que o doente terá o melhor tratamento possível.

No primeiro trimestre deste ano letivo, os alunos de 11.º ano usufruíram de uma experiência única e muito inspiradora, na disciplina de Biologia e Geologia.

A investigadora Ana Fortunato do ITQB (Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier) veio à ESPJAL e realizou com os alunos, como é possível observar na Figura 2, uma atividade laboratorial idêntica à elaborada em inúmeros centros de investigação: “Identificação de espécies vegetais pela técnica de DNA barcoding”, no decorrer de três sessões. A atividade teve como objetivo não só identificar as espécies vegetais selecionadas, mas também perceber se existem relações de parentesco entre estas.

Figura 2- Alunos da ESPJAL a realizar a micropipetagem do primer Maturase K.

Na primeira sessão a investigadora explicou aos alunos que a taxonomia é uma área da biologia que nomeia, descreve, identifica e classifica os seres vivos, atuais e extintos, com base em características comuns.

Esclareceu, também, que a atividade se baseia na técnica de barcoding, contribuindo para o desenvolvimento da taxonomia, na medida em que permitiu identificar espécies e perceber a sua relação filogenética.

Figura 3 - DNA genómico extraído da batata doce.