atómica fevereiro de 2023 | Page 17

Um café e um copo de água, por favor!

Por: Ana Morais e Beatriz Silva

Pedir um copo de água é algo tão banal, que não lhe damos o devido valor. Mas, para os muitos milhões de habitantes do planeta que vivem sem água potável, este copo de água disponível em qualquer torneira, tem um valor incalculável.

Mas afinal, porque devemos valorizar a água?

Bem... Todos nós num dia de calor extremo, sequiosos, já ansiámos por matar a sede com esse bem precioso.  Quantas vezes deleitamos os olhos “ao vivo e a cores”, em paisagens cuja beleza quase impossibilitam a descrição! Ou, quem de nós não recuperou energias com um banho reparador após um dia intenso.

Se olharmos apenas para o nosso umbigo, ainda podemos referir que, durante nove longos meses, estivemos mergulhados em 99% de água, resguardados dos males externos numa piscina privada (aposto que não se lembram) instalada nas barriguinhas das nossas mães, onde tivemos direito a todas as mordomias, como quem quer, pode e manda.Parece que conseguimos sobreviver cerca de um mês sem comida, mas apenas uma semana sem água.  Como esta ocupa entre 50% e 78% do corpo humano, não será de estranhar que tenha de ser reposta de forma a suprir as necessidades das células.

Perante isto, não nos faltam razões para a valorizarmos, mas ainda há mais a referir, senão vejamos…

Muitas foram as explicações para a origem da vida na Terra. Para uns, esta gerava-se espontaneamente, para outros provinha do espaço, transportada por meteoritos. 

Mas, uma das teorias atualmente mais aceite defende que os nossos ancestrais, há cerca de 3.800 milhões de anos, se terão instalado em meio aquático, protegidos de um ambiente exterior inóspito e pouco favorável à proliferação da Vida.Conhecida como a Teoria da evolução molecular ou evolução química, foi proposta inicialmente pelo biólogo inglês Thomas Huxley e aprofundada pelo biólogo inglês John Burdon S. Haldane e pelo bioquímico soviético Alexander Oparin. Refere que a vida surgiu pela primeira vez numa "sopa primitiva" onde, graças a um processo evolutivo, compostos inorgânicos se terão combinado, originando moléculas orgânicas simples (açúcares, aminoácidos, bases nitrogenadas, ácidos gordos), as quais, posteriormente, produziram moléculas mais complexas como proteínas, lípidos, ácidos nucleicos, dando origem a estruturas com capacidade de se multiplicarem e metabolismo, precursoras dos primeiros seres vivos.

Então, parece que a água tem, de facto, um papel importante para os seres vivos deste planeta. Se, no passado longínquo, a água permitiu a existência da vida na Terra, no presente e no futuro, adivinham-se algumas dificuldades para os seus habitantes.

De acordo com a ONU, o uso da água tem vindo a aumentar em todo o mundo devido a uma combinação de crescimento populacional, desenvolvimento socioeconómico e mudanças nos padrões de consumo.

Apesar de 80% do planeta estar coberto de água, a água potável representa apenas 1% das reservas do ecossistema, quantidade essa que já existia há 10 milhões de anos, quando o Homem começou a habitar a Terra. Contudo, hoje “pertence” a cerca de seis biliões de pessoas e às restantes espécies com quem partilhamos este planeta.

A maior parte da utilização da água é realizada pela agricultura que detém 70% do consumo, seguida pela indústria, com 22% e pelo uso doméstico e comercial com 8%. No entanto, há uma grande disparidade nestes valores quando comparamos os países emergentes e os países desenvolvidos.