Atualidade Cosmética 167 Atualidade Cosmética 167 | Page 22

especial perfumaria no varejo veis do Grupo Flora. “Seria muito bom que mais empresas aprendessem como investir e trabalhar na categoria de per- fumes no varejo multimarcas, a fim da categoria ganhar maior relevância nes- ses varejistas”, emenda ele, que acredita que esse maior volume faria os consu- midores brasileiros perceberem que po- dem encontrar perfumes de qualidade, compatível às grandes marcas brasilei- ras de venda direta e lojas próprias no varejo multimarcas. Apesar disso, Rafael vê a categoria de perfumes nacionais ganhando espaço e relevância no varejo multimarcas bra- sileiro gradativamente, movimentando cerca de R$ 2 bilhões de faturamento e com crescimento contínuo nos últimos anos, mesmo num mercado recessivo e ainda dominado por poucas gigantes da venda direta e das franquias. “Prova disso são as marcas nacionais já presen- tes nas Lojas de Departamento ao lado de best sellers da perfumaria internacio- nal”, reforça Rafael. O desafio para as atores locais está mais em como construir marcas e ge- rar experiências em cada um desses canais, demonstrando valor para o varejista – que tem dezenas de opções com os quais ele está mais acostumado a trabalhar – e para os seus consumido- res, seja pelo custo x benefício do mix de perfumes; seja pela comodidade de acesso; seja por impulso. Assim como várias indústrias que atuam no varejo tradicional, a Flora também fez algu- mas apostas no passado que serviram de aprendizado para a atual trajetória da marca Phytoderm. “Não existe re- ceita barata, fácil e rápido. A constru- ção de uma marca de fragrâncias que se sustente no mercado precisa conquistar credibilidade desde a melhoria cons- tante dos seus produtos até a execução adequada nos pontos de venda”, lem- bra o diretor da Phytoderm. Nos últi- mos anos, a Flora investiu para formar uma equipe especializada e indepen- dente das outras marcas do grupo para gerir com precisão a marca Phytoderm. Com o portfólio repaginado, a marca retomou a sua presença em redes de perfumarias e lojas de departamento como Renner, Riachuelo, Marisa, C&A e Havan, já sendo a marca líder em per- RAFAEL INFANTOZZI, DA FLORA: depois de repaginada, a marca Phytoderm reconquistou seu espaço nas lojas de departamento e vem crescendo de forma consistente há quatro anos. fumes “masstige” na maioria desses varejistas, segundo Rafael. “O consumidor quer provar e aí você precisa ter uma abordagem, um estímulo para que ele prove e leve o produto”, explica Cláudio Eschecolla, presidente da Vizcaya. A empresa lan- çou no ano passado, as primeiras fra- grâncias com a sua marca. O movimen- to foi fruto de uma visão de oportuni- dade para ocupar um espaço que não era preenchido pelo portfólio de per- fumes importados da marca, mas que estava sendo bem ocupado por marcas (a maior parte delas importada) de po- sicionamento e performance muito bai- xos em termos de valor agregado para o consumidor. “Entendemos que o con- sumidor não estava mais feliz com as opções que ele encontrava numa per- fumaria de entrada, para o dia a dia”, reforça o executivo. Isso fez com que a Vizcaya trabalhasse com grandes casas de fragrâncias para oferecer perfumes na faixa dos R$ 70 (50 ml) com desem- penho e fixação, atributos caros aos brasileiros. “Não é um produto de bai- xo preço e não é um produto ultra pre- mium, mas é um perfume que no seu uso diário vai trazer performance exce- lente a um custo extremamente compe- titivo”, pontua Cláudio. Claro que não AtuAlidAde COSMÉtiCA 20 # 167 | jun/jul 2019 se deve esperar por grandes inovações olfativas. Estamos falando de mass ma- rket e é preciso gerar bons volumes de vendas para sustentar a operação. Mas é muito possível oferecer um bom flo- ral, com lasting e que a consumidora possa usar todos os dias, sem medo. Cláudio diz enxergar um incômodo da parte das lojas de departamento em relação a pouca oferta de produtos de qualidade nessa faixa de posiciona- mento. “Estou entregando aos meus parceiros comerciais uma alternativa para aquele cliente que não conseguiu chegar ao patamar de comprar um per- fume importado de luxo, mas que é um produto que quando ele usa, ele volta a comprar. Então esse casamento está trazendo excelentes resultados”, come- mora o presidente da Vizcaya. RECONSTRUINDO O CANAL Se as lojas de departamento repre- sentavam uma porta já aberta para a perfumaria e para a Vizcaya, no caso das farmácias, a história era comple- tamente diferente. Afinal, esse é um canal ainda pouco afeito à categoria, ainda que mais drogarias tenham al- guma oferta, ela quase nunca se dá de forma estruturada, o que não colabo- ra para construir a imagem do canal