EXPOSITOR DA PHYTODERM E LOJA DA C&A: o varejo multimarcas finalmente está em condições
de avançar com a categoria de perfumaria. Agora é hora da indústria fazer o seu papel.
Um dos reflexos dessa evolução é
que outras lojas de fast fashion como a
Renner, incorporaram a perfumaria ao
seu modelo de negócios, caso da Ria-
chuelo (já há alguns anos), da Marisa e
da C&A, que por muitos anos estudou
sua entrada no mercado de beleza e teve
uma experiência com a The Beauty Box.
No início deste ano, a rede entrou, defi-
nitivamente, com tudo na categoria. Isso
fez com que a base de pontos de venda
para a categoria, considerando apenas
essas redes, mais do que dobrasse. “A
performance da área de Beleza da C&A
está alinhada às nossas expectativas e,
sobretudo, à estratégia de negócios da
companhia de oferecer a melhor experi-
ência de compra para as nossas clientes,
possibilitando que elas encontrem tudo
que precisam em um único lugar”, ex-
plica Donatti, vice-presidente Comercial
da C&A Brasil. A bandeira inaugurou
dois espaços exclusivos para a comer-
cialização de perfumes, maquiagem e
produtos para cabelos, corpo e banho
em duas lojas físicas nos shoppings
Center Norte e Interlagos, em São Pau-
lo. Segundo o vice-presidente, como a
receptividade foi grande, ainda no pri-
meiro semestre deste ano a área de Be-
leza foi inaugurada em outras três lojas
nos shoppings Aricanduva e Ibirapuera,
em São Paulo, e no Parque Dom Pedro
Shopping, em Campinas.
Embora no caso da categoria de per-
fumaria, o portfólio seja muito baseada
na oferta de marca importadas de luxo,
como acontece com todas as concorren-
tes aliás, a C&A vê espaço para ampliar
a presença do sortimento de perfumes
nacionais nas lojas. “Acreditamos no
potencial e na qualidade dos produtos
nacionais, sobretudo nos perfumes e na
diversidade de fragrâncias desenvolvi-
# 167 | jun/jul 2019
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AtuAlidAde COSMÉtiCA
das no Brasil. A C&A é uma marca di-
versa e, por isso, nos preocupamos em
atender os diferentes perfis e desejos das
nossas clientes, sempre de forma demo-
crática. Dessa forma, oferecemos uma
ampla variedade de produtos nacionais
e importados”, garante Donatti, que en-
tretanto acredita existir um espaço re-
levante a ser conquistado pelas marcas
brasileiras, processo que, segundo ele,
terá o apoio da C&A.
Cláudio Eschecolla, presidente da
Vizcaya, uma das maiores importado-
ras de perfumes de luxo e que também
opera com sua própria marca nos seg-
mentos de cabelo e pele, pontua que não
existe um movimento coordenado junto
com as outras fábricas para construir
este espaço. “Está todo mundo mais
olhando o seu momento dentro do ce-
nário nacional”, lamenta. De fato, ain-
da são poucas as marcas brasileiras de
qualidade que tem o varejo multimarcas
como foco no caso da perfumaria. “In-
felizmente várias empresas do setor já
experimentaram atuar na categoria em
algum momento de suas jornadas, mas
não foram bem-sucedidas por não pos-
suírem o expertise necessário para atuar
com perfumes e colônias nesse canal”,
reconhece Rafael Infantozzi, diretor da
Phytoderm, marca focada na categoria
de perfumes e cosméticos presenteá-