especial perfumaria no varejo
veis do Grupo Flora. “Seria muito bom
que mais empresas aprendessem como
investir e trabalhar na categoria de per-
fumes no varejo multimarcas, a fim da
categoria ganhar maior relevância nes-
ses varejistas”, emenda ele, que acredita
que esse maior volume faria os consu-
midores brasileiros perceberem que po-
dem encontrar perfumes de qualidade,
compatível às grandes marcas brasilei-
ras de venda direta e lojas próprias no
varejo multimarcas.
Apesar disso, Rafael vê a categoria
de perfumes nacionais ganhando espaço
e relevância no varejo multimarcas bra-
sileiro gradativamente, movimentando
cerca de R$ 2 bilhões de faturamento e
com crescimento contínuo nos últimos
anos, mesmo num mercado recessivo
e ainda dominado por poucas gigantes
da venda direta e das franquias. “Prova
disso são as marcas nacionais já presen-
tes nas Lojas de Departamento ao lado
de best sellers da perfumaria internacio-
nal”, reforça Rafael.
O desafio para as atores locais está
mais em como construir marcas e ge-
rar experiências em cada um desses
canais, demonstrando valor para o
varejista – que tem dezenas de opções
com os quais ele está mais acostumado
a trabalhar – e para os seus consumido-
res, seja pelo custo x benefício do mix
de perfumes; seja pela comodidade de
acesso; seja por impulso. Assim como
várias indústrias que atuam no varejo
tradicional, a Flora também fez algu-
mas apostas no passado que serviram
de aprendizado para a atual trajetória
da marca Phytoderm. “Não existe re-
ceita barata, fácil e rápido. A constru-
ção de uma marca de fragrâncias que se
sustente no mercado precisa conquistar
credibilidade desde a melhoria cons-
tante dos seus produtos até a execução
adequada nos pontos de venda”, lem-
bra o diretor da Phytoderm. Nos últi-
mos anos, a Flora investiu para formar
uma equipe especializada e indepen-
dente das outras marcas do grupo para
gerir com precisão a marca Phytoderm.
Com o portfólio repaginado, a marca
retomou a sua presença em redes de
perfumarias e lojas de departamento
como Renner, Riachuelo, Marisa, C&A
e Havan, já sendo a marca líder em per-
RAFAEL INFANTOZZI, DA FLORA: depois de repaginada, a marca Phytoderm reconquistou
seu espaço nas lojas de departamento e vem crescendo de forma consistente há quatro anos.
fumes “masstige” na maioria desses
varejistas, segundo Rafael.
“O consumidor quer provar e aí
você precisa ter uma abordagem, um
estímulo para que ele prove e leve o
produto”, explica Cláudio Eschecolla,
presidente da Vizcaya. A empresa lan-
çou no ano passado, as primeiras fra-
grâncias com a sua marca. O movimen-
to foi fruto de uma visão de oportuni-
dade para ocupar um espaço que não
era preenchido pelo portfólio de per-
fumes importados da marca, mas que
estava sendo bem ocupado por marcas
(a maior parte delas importada) de po-
sicionamento e performance muito bai-
xos em termos de valor agregado para
o consumidor. “Entendemos que o con-
sumidor não estava mais feliz com as
opções que ele encontrava numa per-
fumaria de entrada, para o dia a dia”,
reforça o executivo. Isso fez com que a
Vizcaya trabalhasse com grandes casas
de fragrâncias para oferecer perfumes
na faixa dos R$ 70 (50 ml) com desem-
penho e fixação, atributos caros aos
brasileiros. “Não é um produto de bai-
xo preço e não é um produto ultra pre-
mium, mas é um perfume que no seu
uso diário vai trazer performance exce-
lente a um custo extremamente compe-
titivo”, pontua Cláudio. Claro que não
AtuAlidAde COSMÉtiCA
20 # 167 | jun/jul 2019
se deve esperar por grandes inovações
olfativas. Estamos falando de mass ma-
rket e é preciso gerar bons volumes de
vendas para sustentar a operação. Mas
é muito possível oferecer um bom flo-
ral, com lasting e que a consumidora
possa usar todos os dias, sem medo.
Cláudio diz enxergar um incômodo
da parte das lojas de departamento em
relação a pouca oferta de produtos de
qualidade nessa faixa de posiciona-
mento. “Estou entregando aos meus
parceiros comerciais uma alternativa
para aquele cliente que não conseguiu
chegar ao patamar de comprar um per-
fume importado de luxo, mas que é um
produto que quando ele usa, ele volta
a comprar. Então esse casamento está
trazendo excelentes resultados”, come-
mora o presidente da Vizcaya.
RECONSTRUINDO O CANAL
Se as lojas de departamento repre-
sentavam uma porta já aberta para a
perfumaria e para a Vizcaya, no caso
das farmácias, a história era comple-
tamente diferente. Afinal, esse é um
canal ainda pouco afeito à categoria,
ainda que mais drogarias tenham al-
guma oferta, ela quase nunca se dá de
forma estruturada, o que não colabo-
ra para construir a imagem do canal