Atualidade Cosmética 167 Atualidade Cosmética 167 | Page 20

especial perfumaria no varejo caminho possível diAntE dA rEALidAdE vividA pELo Consumidor o AtACArEjo vivE umA grAndE fAsE E vEm ALtErAndo A disputA EntrE os CAnAis. E As mArCAs dE higiEnE E BELEzA tAmBém vêm sE AprovEitAndo dEstE CEnário >>> rafael mendonça “ O problema para desen- volver uma perfumaria seletiva bra- sileira é que não existe canal de vendas adequado”. “Não tem onde vender perfume no va- rejo multimarcas, por isso não existe uma indústria de perfumaria forte além das de venda direta e franquias”. “O va- rejo multimarcas no Brasil não gosta de trabalhar com perfumaria”... As frases acima foram proferidas por muita gente boa ao longo dos últimos 27 anos (desde que Atualidade Cosmética foi lançada), sempre que questionadas sobre o que faltava para que pudés- semos ter um mercado de perfumaria multimarcas no varejo brasileiro, permi- tindo que mais marcas locais – incluin- do as grifes de moda daqui – pudessem tomar parte de forma mais consistente do enorme, mas altamente concentrado, negócio de perfumes no Brasil. Afinal, não se pode entrar na venda direta, ou montar uma franquia apenas com um perfume ou, vá lá, com uma reduzida linha de colônias. No varejo multimar- cas, isso seria perfeitamente normal, o que faria com que muitas empresas de perfumaria que foram tentar a sorte em canais monomarca, tivessem no varejo uma alternativa viável para conquistar o mercado. Por anos, a única rede es- truturada, com escala para realizar esse trabalho, foi a gaúcha Lojas Renner, que inseriu a perfumaria seletiva no seu mo- delo de negócio e, consequentemente, abriu espaço para que além das grifes importadas, algumas poucas marcas locais participassem do negócio. Mas, uma andorinha só não faz verão. Se lá atrás está publicação chegou a concordar em apontar, de certa forma, o varejo como quem não desse a devi- da atenção à indústria e aos perfumes, é bem verdade também que, ao menos desde o final da década passada, Atuali- dade Cosmética busca chamar a atenção para o fato de que caberia (e ainda cabe) a indústria assumir o papel central na construção da categoria no varejo mul- timarcas. É a indústria que quer vender quem deve “provar” ao varejo as opor- tunidades e vantagens que ele teria ao incorporar de forma mais estruturada a perfumaria ao seu mix. Outro ponto importante é reconhecer que a dinâmica dos canais dentro do próprio varejo que trabalha com higiene e beleza no Brasil mudou radicalmente. Se antes, falava-se AtuAlidAde COSMÉtiCA 18 # 167 | jun/jul 2019 apenas na necessidade de um mercado de distribuição seletiva (composto ma- joritariamente por marcas importadas) maior e mais forte – que poderia abrir a porta e justificar o investimento de mais marcas brasileiras no negócio da per- fumaria –, hoje, as fronteiras são muito menos claras e o mesmo consumidor pode comprar o seu perfume numa loja de perfumaria seletiva ou numa farmá- cia, sem nenhum conflito.