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decorrente de uma migração de re- vendedoras que atuavam para ou- tras marcas, notadamente a Avon, e que vieram à Pierre Alexander em busca de um relacionamento mais próximo e pessoal. Agora, Mansur reconhece que esse movi- mento também se deu em cima de pessoas que já conheciam a marca. Por anos a empresa se manteve vendendo os mesmos produtos do seu portfólio, há tempos sem um novo desenvolvimento. A base de 14.600 consultoras da Pierre Alexander gera um pedido médio com ticket de R$ 310. É um número alto na venda direta, mas baixo para os padrões da empresa. Por isso, a retomada dos lançamen- tos representa uma oportunidade para elevar esse ticket. O primeiro dos novos lança- mentos da marca foi a fragrância Lygia, inspirada pela mãe do em- presário. Mais do que uma nova fragrância, Lygia marca uma es- pécie de renascer da marca no mercado. Ela não muda o posicio- namento de preços da marca, que sempre operou nas faixas mais altas do mercado de venda direta, mas muda a forma de como nos apresentamos ao mercado. A Nos próximos meses, mais dois perfu- mes devem ser lançados, além de produtos de outras categorias e do redesenho de linhas tradicionais. Será um movimento importante para que a empresa saia do pata- mar atual de faturamento, de R$ 42 milhões, para os R$ 100 milhões até o final de 2022. Mas esse cres- cimento só irá acontecer de forma controlada. “Como o custo do ca- pital no Brasil é extremamente elevado, é preciso controlar o cres- cimento, para não trocar os pés pe- las mãos”, conclui. rede sustentável KEVYAN, DA NATURA: novas regras para retirada de materias deixado pelos moradores em edifícios e condomínios verticais dificulta a logística reversa com as consultoras. U m programa de logística reversa que envolva as con- sultoras ainda é um desafio para o mercado de ven- da direta. A Natura já fez testes a esse respeito no passado e segue pensando em formas para envolver de forma mais efetiva as consultoras nesse processo. Durante um evento sobre sustentabilidade na B3 – a bolsa de valores de São Paulo – Atualidade Cosmética conversou com Keyvan Mace- do, gerente Sênior de Sustentabilidade da empresa de venda direta. Vocês têm algum estudo de no médio e longo prazo, instituir a lo- gística reversa em parceria com as consultoras? Estudamos isso no passado e estamos inventando agora um mo- delo sobre como a gente pode aproveitar – seja com o consumidor final ou através da consultoria – fazer esta devolutiva. Nós fizemos um piloto na cidade de Recife há cinco anos. Ele mostrou algumas dificuldades, especialmente nos grandes centros verticalizados, já que os condomínios estão proibindo os moradores de deixarem uma mercadoria para ser retirada na portaria do prédio, diferente do que acontece com a mercadoria que vem de fora para dentro. Outro ponto, há dois anos a Natura tomou a decisão de começar a abrir lojas próprias. Estamos trabalhando agora num projeto no qual as lojas façam não só a captação dos resíduos – tenha o consumidor comprado o produto na loja ou não –, mas como também estabelece um incentivo para ele trazer a embalagem do produto usado. Nas lojas, basicamente, a gente faz duas janelas de entrega por semana e o que facilita essa devolução é ter a mesma malha logística. Mas isso nas lojas próprias. Existe algum plano em relação ao “Aqui tem Natura”, o programa de varejo das consultoras? Esse é um projeto que está para o segundo semestre. Ele traz uma (continua na próxima página) # 167 | jun/jul 2019 11 AtuAlidAde COSMÉtiCA