painel
complexidade um pouco maior, até pela quanti-
dade de pontos e porque existe um sistema de
distribuição um pouco mais diferenciado. Então
é um desafio, mas o consumidor tem pedido.
Obviamente a Natura tem de diferencial do re-
fil, que ajuda a minimizar a geração de resídu-
os, mas o que é demandado a gente voltar (para
fazer a logística reversa). E, até porque a gente
usa material reciclado pós-consumo em parte
das embalagens, é até interessante a gente ter
mais uma fonte de captação deste material.
Ainda na questão da sustentabilidade, mas mi-
grando para a questão dos ingredientes e ao uso
da terra. A Natura tem todo um trabalho de ma-
nejo ambiental para a extração das matérias-pri-
mas da Amazônia. A biovegetalização desses
ingredientes pode ser uma alternativa para mi-
nimizar o impacto ambiental. Em linhas muito
gerais, o que vocês pensam disso?
Acho que tem dois pontos. A Natura, princi-
palmente na região amazônica, trabalha com
comunidades ribeirinhas. Toda vez que a gente
desenvolve um novo ativo numa comunidade,
buscamos garantir que realmente o manejo –
principalmente aquilo que é extrativismo – seja
sustentável, não só no seu processo, mas que
mantenha a cadeia alimentar integrada àque-
la região e que possa favorecer, até mesmo, a
regeneração natural. O outro lado é quando a
gente une natureza com ciência e tecnologia.
Como podemos utilizar a biotecnologia para,
a partir da extração de alguns ativos, fazer a
multiplicação para novas matérias-primas? O
que de certa forma demandaria uma menor
quantidade de insumos. Outro aspecto ainda e
que a gente tem aprendido em uma realidade
econômica difícil na empresa, que é a de saber
que a nós temos que respeitar o ciclo da na-
tureza e que a safra é limitada. Portanto, nós
teremos edições limitadas e comunicando aos
nossos consumidores que quando acaba um
lote, ele vai ter que esperar a próxima safra. A
biotecnologia ainda favoreceria manter o lado
social, já que as comunidades ainda trabalha-
riam na coleta das sementes e a partir dessas
sementes, desenvolver novos ativos ou poten-
cializar novos ativos.
AtuAlidAde COSMÉtiCA
um novo
olhar sobre
os 60 anos
E
les já somam cerca de 30 milhões de
pessoas e, a cada minuto, mais duas
se somam ao grupo dos brasileiros
que atingem a marca dos 60 anos de
vida. E, acredita-se que eles chega-
rão aos 30% da população até 2050.
Que o Brasil está deixando de ser um País jovem
para se converter numa nação mais madura já é sa-
bido há um bom tempo. Mas isso não fez com que o
mercado cosmético direcionasse parte equivalente
das suas bateria para essa importante fatia do pú-
blico. “A grande maioria do público 60+ ainda se
sente invisível aos olhos de um mercado que não
consegue enxergar suas necessidades”, explica o
empresário Eric Larue, que lembra que com a ex-
pectativa de vida batendo nos 80 anos, as pessoas
querem viver as seus 60 anos muito bem, afinal, ter
longevidade sem qualidade de vida não é salutar.
É nesse cenário que Eric apresenta a Aura 60+,
marca da beleza e bem-estar especialmente criada
para atender às necessidades de pessoas de 60 anos
ou mais. Um dos sócios do novo negócio, Eric fez
carreira no laboratório farmacêutico Sanofi, onde
atuou por 23 anos em posições locais e regionais.
A ideia de criar a empresa nasceu em 2017, a
12 # 167 | jun/jul 2019