Ateneu Sociologia - Comte | Page 3

O primeiro organizador do positivismo foi o francês Auguste Comte (1798 – 1857), autor de obras como Curso de Filosofia Positiva, Catecismo Positivista, Discurso Sobre o Conjunto do Positivismo, entre outras. O Positivismo é cientificista. Como tal, crê apenas na razão, não admitindo explicações do senso comum, da magia, da teologia e da filosofia no conhecimento da realidade social. Para positivistas como Comte, a realidade social deveria ser traduzida sob a forma de leis naturais, estabelecendo métodos e conceitos da física, química e biologia, através dos quais se procurava identificar na vida social as mesmas relações utilizadas pelos cientistas na explicação da vida natural. Comte afirmava ser a sociedade um organismo composto por partes integradas que funcionavam em harmonia, segundo um modelo físico ou mecânico. Seus pensamentos, e de outros positivistas, influenciaram a sociedade européia do século XIX, que via o capitalismo industrial em franca expansão. O Positivismo pode nos parecer de extremo conservadorismo e ultrapassado. Contudo, não podemos negar: o Positivismo, enquanto escola, representou um esforço valioso de análise científica das estruturas sociais. NOS TEMPOS DE COMTE Para que entendamos melhor os pensamentos de Auguste Comte, é importante que tracemos um panorama de sua realidade e da realidade européia no século XIX. Próprio da Revolução Industrial, a livre concorrência trouxe monopólios e oligopólios, ou seja, a disputa do mercado limitada a um pequeno grupo de produtores em cada ramo de atividade, gerando o desaparecimento de milhares de pequenas unidades produtivas industriais. As sobreviventes associaram-se ao capital financeiro (bancos) para o financiamento de sustentação no mercado e mesmo de expansão fora dos limites europeus, o que garantiria (como garantiu) a continuidade de funcionamento das mesmas.