Ateneu Literatura - Metrificação e Rima | Page 10

2. Emparelhadas ou paralelas (A...A...B...B) “Manuel, tens razão. Venho tarde. Desculpa. (A) Mas não foi Anto, não fui eu quem teve a culpa, (A) Foi Coimbra. Foi esta paisagem triste, triste, (B) A cuja influência a minha alma não resiste.” (B) (Antônio Nobre) 3. Opostas, intercaladas ou interpoladas (A...B...B...A) “Busque Amor novas artes, novo engenho(A) para matar-me, e novas esquivanças; (B) que não pode tirar-me as esperanças, (B) que mal me tirará o que não tenho.” (A) (Camões) 4. Continuadas: consiste na mesma rima por todo o poema. Embora incomum, as rimas continuadas, num soneto, seriam assim: AAAA/ AAAA/ AAA/ AAA. Tais rimas são também chamadas de contínuas, seguidas, uníssonas ou unissonantes, pois apresentam a mesma solução fonética: “Ó tristeza sem fim deste dia de agosto! (A) É como um dia que nacesse de um sol-posto: (A) Um dia já vivido, um dia já transposto.” (A) (Guilherme de Almeida) 5. Misturadas: as que não seguem uma esquematização regular de esquemas fixos, porém apresentam uma musicalidade difusa, visto que as repetições de sons aparecem de forma sutil. “Os navios existem, e existe o teu rosto(A) encostado ao rosto dos navios. (B) Sem nenhum destino flutuam nas cidades, (C) partem no vento, regressam nos rios.” (B) (Eugênio de Andrade)