Classificação das rimas quanto ao vocabulário:
1. Pobres – são classificadas "pobres" as rimas de palavras da
mesma classe gramatical (substantivo/ substantivo, verbo /
verbo, etc.), ou quando as palavras finalizam em sons
corriqueiros, triviais.
Por exemplo:
As que se fazem com advérbios em [mente]: Alegremente d o c e m e n t e - p o b r e m e n t e , e t c .
As que se fazem com terminações como: [ão] –coração, mão; [eza]
– beleza, dureza, tristeza; [or e dor] – ardor, amor, sonhador;
[ando] - devastando, cantando; [ado] – criado, amado; [oso]
–saudoso, desejos; [ar] - rimar, sonhar, calar, etc.
Tais rimas, por serem “pobres”, não devem ser desdenhadas.
Rimas do particípio passado, por exemplo, foram muito usadas
por Camões (sossegado / repousado / deitado / nomeado) em
seus sonetos.
2. Ricas – têm classes gramaticais diferentes. Para ilustrar, veja um
quarteto de Gregório de Matos, do soneto “À instabilidade das
cousas do mundo”:
Nasce o Sol e não dura mais que um dia,
Depois da luz se segue a noite escura,
Em tristes sombras morre a formosura,
Em contínuas tristezas, a alegria.
(Gregório de Matos)
Quando comparamos os termos que rimam, segundo o critério gramatical,
percebemos que dia e alegria apresentam rima pobre, por pertencerem à mesma
categoria gramatical (substantivos), enquanto que escura (adjetivo) e formosura
(substantivo) rima rica, pela diferença de categoria gramatical.
Classificação das rimas quanto à intensidade, ou seja,
quanto à acentuação tônica:
1. Agudas ou masculinas, quando terminadas em palavras oxítonas (em que a
sílaba tônica é a última).
Era uma mosca azul, asas de ouro e granada,
Filha da China ou do Indostão,
Que entre as folhas brotou de uma rosa encarnada
Em certa noite de verão.
(Machado de Assis)
No caso, são agudas as rimas do segundo com o quarto verso: Indostão e verão.