2. Emparelhadas ou paralelas (A...A...B...B)
“Manuel, tens razão. Venho tarde. Desculpa. (A)
Mas não foi Anto, não fui eu quem teve a culpa, (A)
Foi Coimbra. Foi esta paisagem triste, triste, (B)
A cuja influência a minha alma não resiste.” (B)
(Antônio Nobre)
3. Opostas, intercaladas ou interpoladas (A...B...B...A)
“Busque Amor novas artes, novo engenho(A)
para matar-me, e novas esquivanças; (B)
que não pode tirar-me as esperanças, (B)
que mal me tirará o que não tenho.” (A)
(Camões)
4. Continuadas: consiste na mesma rima por todo o poema.
Embora incomum, as rimas continuadas, num soneto, seriam
assim: AAAA/ AAAA/ AAA/ AAA. Tais rimas são também
chamadas de contínuas, seguidas, uníssonas ou unissonantes,
pois apresentam a mesma solução fonética:
“Ó tristeza sem fim deste dia de agosto! (A)
É como um dia que nacesse de um sol-posto: (A)
Um dia já vivido, um dia já transposto.” (A)
(Guilherme de Almeida)
5. Misturadas: as que não seguem uma esquematização regular
de esquemas fixos, porém apresentam uma musicalidade difusa,
visto que as repetições de sons aparecem de forma sutil.
“Os navios existem, e existe o teu rosto(A)
encostado ao rosto dos navios. (B)
Sem nenhum destino flutuam nas cidades, (C)
partem no vento, regressam nos rios.” (B)
(Eugênio de Andrade)