Muro
Obra de alvenaria (...), destinada a cercar um recinto,
a proteger um povoado, cidade, ou separar um
lugar de outro.
FRAGMENTADORES DO
ESPAÇO URBANO?
No contexto histórico mundial, a
produção da cidade estava diretamente
atrelada às pessoas e ao uso que dela
fariam. Esta tradição, quebrada há mais
de meio século, se distancia veemente
da realidade atual. No cenário brasileiro,
as cidades para pessoas deram lugar à
cidade da propriedade privada, do carro
e do planejamento desordenado. Nesse
sentido, é preciso compreender quais
fatores ampliam a segregação na cidade
e o papel desempenhado pelos atores
sociais na produção do espaço urbano.
Roberto Lobato Côrrea¹ entende o
espaço urbano como naturalmente
articulado e fragmentado, sendo que
cada uma de suas partes manterá
relações sociais com as demais, ainda
que de intensidade muito variável. Ao
tratar de cidade, a compreensão de sua
territorialidade física é importante para
a análise da escala cartográfica,
entretanto, a compreensão do espaço
urbano perpassa esse nível e abrange,
também, a escala espacial.
Esta nada mais é que o conjunto
de matrizes da ação do homem,
inseridas em uma temporalidade e
extensa aos fenômenos, relações
sociais e práticas espaciais. Ainda
em Côrrea, logo nos primeiros
momentos, a cidade é definida
como o lugar no qual várias
classes sociais vivem e se
reproduzem, condicionante social
e, portanto, inerentemente
capitalista. Nesse prelúdio,
percebe-se a
propriedade privada
como parte integrante
a
da conjuntura urbana.