Apartheid Apartheid | Page 3

O apartheid representou a transformação do racismo em lei na África do Sul, a segregação racial foi legalmente aceita entre 1948 e 1994. Foi o regime do apartheid que retirou os direitos dos negros e deu privilégios aos brancos, minoria no país. A discriminação institucionalizada teve início quando o Partido Nacional da África do Sul ganhou as eleições. Alguns dos exemplos da discriminação durante o apartheid foram: a proibição do casamento misto (1949), a proibição da ralação sexual entre brancos e negros em 1950, já no mesmo ano a população ´r cadastrada e separada por raça, além de ser dividida fisicamente com a formação de áreas residenciais especificas.

O preconceito pode ser observado, já em 1913 com a divisão entre raças com a Lei de Terras, que da 90% das terras aos brancos e apenas 10% aos negros. Anos mais tarde, durante o apartheid, são criadas pequenas pátrias, os bantustões, para separar as raças. Essas terras, que representavam cerca de 13% do território do país, tinham relativa independência, segundo o governo sul-africano, ainda que o exército fizesse intervenções quando as “pátrias” não atendiam aos desejos do governante da África do Sul.

Uma das justificativas do regime do apartheid é a concepção do desenvolvimento separado, que explica que cada raça deve se desenvolver sem a mistura com outras. Com isso, os negros recebiam serviços públicos inferiores, inclusive a educação oferecida para os brancos tinha qualidade superior.

O início da reação do povo negro foi a criação do Congresso Nacional Africano (CNA) que foi formado em 1912 para lutar pelos direitos dos negros, Nelson Mandela se juntou à organização em 1942, acompanhado de um grupo de jovens inteligentes e motivados, incluindo Walter Sisulu e Oliver Tambo, ele começou a transformar o CNA em um partido político de massas, a resposta do CNA à eleição de um governo do Partido Nacional foi imediata e intransigente. O Programa de Ação, de 1949, promoveu boicotes, greves e desobediência civil para acabar com o domínio branco. Mas o aparecimento do Movimento da Consciência Negra nos anos 1970 e a morte na prisão de um de seus fundadores, o estudante Steve Biko, reacenderam o interesse no CNA e em Mandela.

À medida em que os vilarejos negros passaram a arder em chamas, por causa dos protestos, um movimento internacional contra o apartheid ganhou força ao pedir a libertação de Mandela e de seus companheiros, da prisão, Mandela deixou claro que continuava acreditando em uma África do Sul multirracial, opondo-se a alguns membros do Consciência Negra. Sanções, protestos e shows, incluindo o concerto para lembrar os 70 anos de Mandela, em 1988, foram alguns dos meios para manter aceso o movimento. A África do Sul foi ficando isolada, empresários e bancos passaram a se recusar a fazer negócios no país, a pressão por mudança aumentou. Em fevereiro de 1990, Mandela foi libertado da prisão depois que o governo da África do Sul, que havia começado a relaxar as normas do apartheid, finalmente concordou em negociar com a maioria negra, quando Mandela foi eleito presidente da África do Sul, em 1994, o apartheid já havia sido desmantelado. A partir daí todos os sul-africanos se tornaram iguais perante a lei, embora diferenças sociais e sobretudo diferenças econômicas, ainda sejam um problema no país.

O PRECONCEITO

REAÇÃO DOS POVOS

PRECONCEITO

Por Fernando Olici Souza de Magalhães

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