ANTONIO - A SUA MAIS NOVA REVISTA - SAÚDE - Primeira Edição ANTONIO - A SUA MAIS NOVA REVISTA - Primeira Ediç | Page 11
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para desenvolver tratamento que potenccia
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constatação de que a picada
da aranha-armadeira provoca
priapismo, ereção involuntária
e dolorosa, levou cientistas da
Universidade Federal de Minas
Gerais a isolar cerca de 200
substâncias do veneno e apurar
qual delas tinha esse efeito. De
posse da resposta, criaram um
derivado sintético da molécula.
“Usado em ratos, ele produziu
a ereção sem efeitos adversos,
inclusive entre animais hipertensos
e diabéticos”, conta a professora
Maria Elena de Lima Garcia,
do Departamento de Bioquímica
e Imunologia. Com patente
registrada pela empresa Biozeus,
o fármaco foi testado em homens
e mulheres, e exames mostraram
aumento de 100% de fluxo
sanguíneo na região genital. “Isso
sem alterar a pressão, acenando
para a possibilidade de um remédio
que trata a impotência sem essa
contraindicação”, diz Maria Elena.
COMO VAI FUNCIONAR
Aplicada na pele, a substância trata a disfunção erétil sem efeitos colaterais
molécula
creme
1 A molécula
derivada do veneno da
aranha é misturada a
um creme de farmácia
para ser aplicado na
região genital.
corrente
sanguinea
óxido
nítrico
2 Na corrente
sanguínea, a partícula
estimula a produção
de óxido nítrico,
um importante
vasodilatador.
corpo
cavernoso
3 O óxido nítrico
favorece o relaxamento
de uma região
do pênis chamada
corpo cavernoso,
propiciando a ereção.
Uma equipe da
Universidade Estadual
Paulista (Unesp)
concebeu uma nova
técnica cirúrgica para
tratar homens que, ao
passar pela retirada da
próstata, sofreram lesão
nos nervos responsáveis
pela ereção. “Nossa ideia
foi fazer uma ligação
com o nervo femural,
na raiz da coxa”, explica
o cirurgião plástico
Fausto Viterbo, um dos
idealizadores. São feitos
então dois enxertos
de cada lado, usando
outros nervos da perna:
uma das extremidades
liga o femural ao corpo
cavernoso, no pênis, e a
outra ao nervo dorsal do
órgão, que responde pela
sensibilidade. “Entre os
homens operados, 60%
recuperaram plenamente
a capacidade sexual
pouco mais de um ano
após o procedimento.
E os demais foram
apresentando melhoras
progressivas”, revela
Viterbo. A ideia agora é
testar a cirurgia em quem
sofre de impotência
sexual por outras causas,
como diabetes e
fratura da bacia.
SAÚDE É VITAL • JANEIRO 2019 • 15