“CRIANDO E RECRIANDO, A VIDA VAI NOS LEVANDO”
Todos nós temos algo genuíno, peculiar, sui generis. Esses adjetivos, que dizem que
cada um é único e especial, têm o poder de nos mostrar também que uma das marcas mais
encantadoras do potencial humano é a inventividade. Se não fosse a inovação e a busca pela
resolução de desafios, não poderíamos alçar os “voos” e chegar onde estamos como
civilização. Porém, as construções não veem por acaso. Exercitamos e aprendemos a ser
criativos tanto quanto aprendemos a escrever, a ler ou a correr atrás de um colega numa
brincadeira de pegar e fugir.
Quando nossos estudantes se mostram curiosos e motivados, podemos vislumbrar
produções autorais. São momentos de fruição que extrapolam o que se faz com os recursos e
repertórios acumulados, além de passar pelo exercício, memorização e execução de
habilidades. E com o tempo, apresentamos uma curiosa busca pela diversificação das
experiências e das situações a serem vividas. Isso faz de um projeto pedagógico um
processo de busca pelo conhecimento da ordem do vivido, sentido e compartilhado.
Assim, no 3º bimestre de 2018, os estudantes do 4º ano, e toda a sua equipe, iniciaram
a fase de confecção do “Almanaque dos Jogos Tradicionais Reinventados”, com a proposta de
realizarem um levantamento individual, nas férias, acerca de 2 jogos ou brincadeiras que
pudessem ser processados e transformados em um, com as regras escritas. Iniciou-se, então,
o processo de recriação, condição para a posterior etapa de partilha. Foram formados
subgrupos de até 5 pessoas para poderem eleger 1 jogo por subgrupo, 7 jogos por sala,
número que consideramos adequado dentro do tempo de experimentação e registros
necessários para a produção do Almanaque. A riqueza do trabalho passou pelas demandas de
trabalho em grupo como criar, comunicar-se, “defender” o seu projeto, a escolha democrática...
Houve grupo que refundiu as criações em uma única. Outros que escolheram a brincadeira
com base na votação. Grupos que gostaram tanto de todos os jogos que preferiram sortear
aquele que os representaria. Enfim, houve um ganho direto nas competências mais do que
importantes para o mundo contemporâneo, tais como a escrita de como se joga, o registro
gráfico e exposição oral, a expressão estética e a escuta no momento de se comunicar com a
turma no dia marcado para a apresentação do jogo ou brincadeira. A etapa de socialização foi
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