Alberto Pimentel: dossiê com pesquisa historiográfica sobre o autor. 13 de novembro de 2015. | Page 9

Neste prefácio o autor esclarece sua concepção acerca da literatura à sua época, de forma a valorizar a subjetividade do autor: “No desenho de uma obra litteraria reside, principalmente, a individualidade psychica do auctor (...) que se vê reproduzido n'um espelho”. Pimentel também fala sobre outras figuras que contribuíram para que ele - em seus primeiros passos literários - ganhasse reconhecimentos como escritor. São eles: António Feliciano de Castilho (1800 - 1875), Camilo Castelo Branco (1825 - 1890), Júlio César Machado (1835 - 1890) e os responsáveis pelo periódico lisboense A Folha.

Prefácio à 2ª edição de Seára em Flor (Lisboa: 1905).

"Seára em Flor" (2ª ed), pág. 13, 14 e 16 - archive.org.

Como um homem das letras de seu tempo, em apenas três páginas destas duas palavras de prólogo, o autor menciona outros escritores consagrados como Gœthe, Almeida Garret, Camilo Castelo Branco, Luís Vaz de Camões e o rei D. Duarte. Aqui,

Prólogo ao livro Atravez do passado (Lisboa: 1888).

mais uma vez, encontramos duas características marcantes no estilo de Pimentel: o saudosismo e a idealização "desse longinquo paiz saudoso, que se chama o 'passado’".

"Seára em Flor" (2ª ed), p. 13, 14 e 16 - archive.org.

Prefácio à 2ª edição de Idyllios à beira d’água (Lisboa: 1903).

Esta é a segunda edição do primeiro romance publicado por Alberto Pimentel em 1870. O interessante é que, aqui, o autor escreve em 1905 – melancólico e saudosista – um prólogo acerca do seu primeiro romance: “Mas a felicidade que me trasbordava do coração quando escrevi este ro-mancesinho, nunca mais voltou. É que a mocidade não volta”.

"Idyllios à beira d'água" (2ª ed.), p. 17 e 18 - archive.org.

prólogo ESCRITO pelo aMIGO

pimentel segundo CAMILO CASTELO BRANCO

Ao meu presado Alberto Pimentel: Camilo Castelo Branco prefaceia “Idylli-os dos reis” (1886), livro com poesias de Pimentel. Camilo argumenta que o fato das obras de Pimentel não serem best-sellers - isto é, de serem recebidas com pouco estusiasmo pelo mercado - é a pro-va de sua distinção como uma literatura de qualidade (imagem à direita). De fato,

apesar de ter tido uma produção muito vasta e diversificada, cada um de seus romances não tiveram um número muito grande de edições.Mesmo em sua época, apesar ter tido o seu devido reconhecimento, Alberto Pimentel não era o que poderíamos chamar de um romancista best-seller aos padrões de Alexandre Dumas ou Paul de Kock,

"Idyllios dos reis" (1886), p. 13 - archive.org.