Alberto Pimentel: dossiê com pesquisa historiográfica sobre o autor. 13 de novembro de 2015. | Page 22

Pimentel nos olhos do outro é refresco!

o lado apimentado das críticas

Nesta seção, apresentaremos uma crítica negativa em relação a Alberto Pimentel, publicada em A Illustração (Paris: 1884) revista quinzenal de circulação entre Brasil e Portugal. À direita, há o recorte deste texto integral.

Trata-se da única crítica negativa que encontramos em relação ao autor porém, nota-se claramente que esta é uma crítica marcada por um tom sarcástico, ácido e destruidor, no sentido em que tenta a todo o momento desqualificar Alberto Pimentel enquanto literato.

Apesar de ser a única crítica negativa com que entramos em contato, a capacidade malévola do crítico literário que a redi-giu vale por milhares de outros comentários negativos que pode-ríamos ter encontrado. Na perspectiva deste crítico, era extremamente desqualificador o fato de Alberto Pimentel ser um polígrafo produtivamente vasto e diversificado.

"Um polígrafo (do grego antigo: ολύς, poly = 'muito' e

γράφειν, graphein = 'escrever') é um escritor que trata de diversos campos do conhecimento. Na literatura, o termo 'polígrafo' é frequentemente atribuído aos escritores da antiguidade, tais quais Aristóteles, Plutarco, (...) Cícero" (ao lado

destes nomes consagrados, também incluiremos o de Alberto Pimentel)

Definição de 'Polygraph' - wikipedia.com (tradução nossa)

(1) Pimentel é criticado por sua produção

ter sido muito grande e diversificada (exageradamente grande e diversificada, diria o crítico responsável por este texto).

(2) Outra característica de Pimentel fortemente criticada é o pouco tempo que o autor levava para produzir um número muito grande de obras.

(3) Intitulada A Jornada dos Séculos, por Alberto Pimentel, esta crítica estaria, em princípio, direcionada ao livro então men-cionado. No entanto, o crítico literário recusa-se a discorrer a respeito dele, pois - segundo a sua posição ácida como crítico literário do século XIX - este livro não passaria de um desejo

de estragar

papel (!)

(4) Por fim, o crítico literário explica os motivos do insucesso de venda das obras de Pimentel e, inclusive, prevê o posterior esquecimento (ou em termos atuais da historiografia literária, a não canonização) que seria relegado a esta figura literária do século XIX. Segundo o crítico, a má quali-dade que ele atribuí às obras de Pimentel seria justificada pela "mania" do autor em querer ser tudo.

"Quanto melhor não fora que o sr. Alberto Pimentel pensasse apenas em ser poeta, ou em ser jornalista, ou em ser regenerador. Havia de valer alguma cousa, pois que nós não duvidamos um momento do apregoado talento do sr. Pimentel. Mas com a mania de querer ser tudo, de querer fallar e escrever sobre tudo, ha-de cada dia ver mais distante da sua porta a Posterioridade"

justificada pela mania do autor em querer ser tudo.

Critérios de desqualificação:

argumentos contra Alberto Pimentel

A Illustração (1884, nona ed.) - memoria.bn.br

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