Agenda do Viajante Ed#3 | Page 61

a arte como um direito, e não como dis- tinção ilustrada em uma sociedade mar- cada pela inclusão desigual no campo da cidadania. A arte no limite da lei e do bom-senso não precisa ser censurada. Se não é interessante, se é de mau gosto o público não deve ir, a pior coisa que poderia acontecer em um espetácu- lo é não ter platéia."Este livro é reflexivo, dos direitos individuais, das garantias democráticas e respeito ao outro. Já editamos há 25 anos o Guia Brasi- leiro de Produção Cultural conhecido como Primeiros Socorros, um manual que auxilia o setor. É preciso existir tole- rância, difícil entender que o outro pode ser diferente e merece respeito. Em um trecho do livro, o apresenta- dor e humorista Jô Soares diz: nada pior para um humorista que o silêncio, não ria! Se a piada é ruim, de mal gosto, grosseira, ofereça seu silêncio. Vire as costas e vá embora. Não preci- samos agredir, ser violentos", destaca Cris Olivieri. Hoje em dia há uma percepção muito mais forte das pessoas sobre a importân- cia que a cultura pode ter na transfor- mação social, existem alguns estudos que demonstram que ela é muito mais rápida que a educação. O ciclo da educação é de vinte anos, enquanto que no da cultura, você con- segue emocionar e integrar um jovem rapidamente através da arte e da pro- dução cultural. Ela é muito importante nestas ações de inclusão e tem sido vista pelos empresários de uma maneira importante para a comunicação da em- presa, de sua marca e ações gerando ex- periência positiva para seu público. E por outro lado temos várias leis de incentivos à cultura por parte do governo federal e estadual, e municipal as quais têm o viés de garantir que a produção seja feita, que o acesso seja garanti- do ao público. O relevante também é que a economia criativa é limpa e paga melhores salários em relação às demais áreas da economia. Ela é cada vez mais importante e impactante no PIB brasileiro. O brasileiro é um povo criativo, não tem por que não transformar isso em di- nheiro. A tendência é que a cultura se for- taleça e há perspectiva de um aumento de 8% na economia criativa nos próximos cinco anos. O Brasil entrou na rota das grandes exposições de arte do mundo e as instituições brasileiras, museográfi- cas e culturais, também se fortaleceram criando exposições que contam muito da nossa história. O Instituto Tomie Ohtake, assim como outros institutos culturais, é financiado em parte pela Lei Rouanet, que é ferramenta relevante para a pro- dução cultural e para o público, que pode ter acesso às mais diversas produções, gratuitamente ou com preços populares. 61