a arte como um direito, e não como dis-
tinção ilustrada em uma sociedade mar-
cada pela inclusão desigual no campo
da cidadania. A arte no limite da lei e do
bom-senso não precisa ser censurada.
Se não é interessante, se é de mau
gosto o público não deve ir, a pior coisa
que poderia acontecer em um espetácu-
lo é não ter platéia."Este livro é reflexivo,
dos direitos individuais, das garantias
democráticas e respeito ao outro.
Já editamos há 25 anos o Guia Brasi-
leiro de Produção Cultural conhecido
como Primeiros Socorros, um manual
que auxilia o setor. É preciso existir tole-
rância, difícil entender que o outro pode
ser diferente e merece respeito.
Em um trecho do livro, o apresenta-
dor e humorista Jô Soares diz: nada pior
para um humorista que o silêncio, não ria!
Se a piada é ruim, de mal gosto,
grosseira, ofereça seu silêncio.
Vire as costas e vá embora. Não preci-
samos agredir, ser violentos", destaca
Cris Olivieri.
Hoje em dia há uma percepção muito
mais forte das pessoas sobre a importân-
cia que a cultura pode ter na transfor-
mação social, existem alguns estudos
que demonstram que ela é muito mais
rápida que a educação.
O ciclo da educação é de vinte anos,
enquanto que no da cultura, você con-
segue emocionar e integrar um jovem
rapidamente através da arte e da pro-
dução cultural. Ela é muito importante
nestas ações de inclusão e tem sido
vista pelos empresários de uma maneira
importante para a comunicação da em-
presa, de sua marca e ações gerando ex-
periência positiva para seu público.
E por outro lado temos várias leis de
incentivos à cultura por parte do governo
federal e estadual, e municipal as quais
têm o viés de garantir que a produção
seja feita, que o acesso seja garanti-
do ao público. O relevante também é
que a economia criativa é limpa e paga
melhores salários em relação às demais
áreas da economia. Ela é cada vez mais
importante e impactante no PIB brasileiro.
O brasileiro é um povo criativo, não
tem por que não transformar isso em di-
nheiro. A tendência é que a cultura se for-
taleça e há perspectiva de um aumento
de 8% na economia criativa nos próximos
cinco anos. O Brasil entrou na rota das
grandes exposições de arte do mundo
e as instituições brasileiras, museográfi-
cas e culturais, também se fortaleceram
criando exposições que contam muito da
nossa história. O Instituto Tomie Ohtake,
assim como outros institutos culturais,
é financiado em parte pela Lei Rouanet,
que é ferramenta relevante para a pro-
dução cultural e para o público, que pode
ter acesso às mais diversas produções,
gratuitamente ou com preços populares.
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