“O PorTão surgiu para cobrir parte de uma lacuna imensa - um abismo - que a política pública em voga não conseguiu enxergar e cobrir nesses quase 30 anos de Palmas."
Tales Monteiro
Encerramento da oficina de Interpretação e criação de repertório pessoal ministrada pelo professor Fernando França. Crédito: Elâine Jardim
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O que mais tem inquietado os consumidores de arte do PorTão, segundo o olhar de quem o constrói?
Temos notado nesses quatro meses de programação cultural que o PorTão tem despertado em seus frequentadores o impulso artístico, a inquietação estética e a necessidade de se expressar. Não é raro que frequentadores de algum evento venham propor seus próprios eventos logo depois. O PorTão surgiu para cobrir parte de uma lacuna imensa - um abismo - que a política pública em voga não conseguiu enxergar e cobrir nesses quase 30 anos de Palmas. E nem sabíamos que isso iria acontecer, o espaço surgiu inicialmente para cobrir nossa necessidade de um local fixo para desenvolvimento de nossas atividades artísticas.
O PorTão tem criado uma dimensão muito maior do que se propôs inicialmente a ser. Entretanto, como qualquer espaço, ele tem contas a pagar. A cada programação, o espaço precisa ter seu público pagante, a cada curso precisa ter seus participantes. Muitos nos dizem "parabéns pelo espaço", em
Onde fica o Espaço PorTão? E quanto custa para participar dos eventos, cursos e palestras realizados no PorTão?
O PorTão fica na 104 Sul, rua SE-11 (rua atrás do Tendencies), lote 28. A altura é próximo ao Big. Há eventos gratuitos e eventos pagos. A taxa de participação em algumas oficinas é a mínima (R$ 5,00), enquanto workshops profissionais e cursos de
contrapartida, nunca o usaram - em quatro meses usar um espaço cultural é fazer com que ele permaneça de pé, é fazer com que ele tenha vida longa. O PorTão é um espaço colaborativo por natureza, administrado pelo grupo Três Marias Teatro e pela Cia Teatral Umponto dois.
formação específica podem chegar a R$ 50,00. Os espetáculos apresentados têm preço fixo de R$ 20,00 para espetáculos adultos e R$ 10,00 para espetáculos infantis. Os eventos gratuitos são pagos pelos organizadores ou instituições que usam o espaço.
É preciso que tiremos essa formação cultural que ganhamos nesses anos todos de Tocantins de que a cultura deve ser gratuita. Precisamos começar a separar em nosso orçamento um dinheiro para a arte, para o teatro. O artista trabalha e, para uma pessoa apresentar um monólogo, por exemplo, precisa de outras dez auxiliando ela. Ter a ideia de que só porque não é um bem material não vale dinheiro é ser cego às realidades culturais e sociais de sua própria cidade. Pagamos aluguel, água, luz, IPTU, reforma e etc., e só o público e os frequentadores podem nos ajudar com isso.