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Espaço alternativo provoca “inquietação artística”

Projetos como o PorTão fazem arte de modo colaborativo

Por Elâine Jardim

Espaço para entrada dos espetáculos. Crédito: Elâine Jardim

O PorTão é um espaço colaborativo por natureza, administrado pelo grupo Três Marias Teatro e pela Cia Teatral Umponto dois. Esses grupos têm realizado, de maneira frequente, atividades culturais em Palmas, sem se relacionar de forma dependente com órgãos públicos. O espaço surgiu em fevereiro deste ano como um local para o desenvolvimento artístico de quem o frequenta. Assim, todas as atividades ali realizadas objetivam isso em primeiro lugar tanto em cursos livres quanto em sua programação cultural, que abrange pessoas de todas as faixas etárias e classes sociais.

Tales Monteiro é aluno do nono período do curso de Licenciatura em Teatro da Universidade Federal do Tocantins (UFT) e um dos coordenadores do Espaço PorTão. Em entrevista, ele nos contou como foi construir esse projeto multicultural na cidade.

Como o projeto surgiu? Quem são os seus idealizadores?

O nome surgiu em um brainstorm feito com amigos e parceiros. Nem sempre o artista tem a resposta de sua obra e isso pertence tão somente ao espectador, ao fruidor, que vai dar um significado àquilo. Entretanto, temos aqui algumas características interessantes, a entrada do espaço é por um “portãozão”. E quando surgiu o nome, estava em um sentido poético, como por exemplo, "por tão árida que seja a arte

em Palmas, estamos aqui. Por tão forte que seja nossa vontade de gritar, estamos aqui..." e

assim por diante. Então, o nome PorTão é uma simbiose de significados.

Qual a frequência dos espetáculos? E qual seu conteúdo?

Mensalmente lançamos uma agenda cultural em nossa página do Facebook (@espacoportao) onde estão descritas todas as atividades do mês, com valores e indicação etária. Nosso objetivo é, todo mês, ter um espetáculo em cartaz - aos poucos vamos criando isso. Os espetáculos aqui apresentados geralmente não encontram na cidade um espaço propício para sua realização, são

alternativos, com propostas estéticas que muitas vezes não cabem em um teatro convencional.

Existe algum investimento

governamental que beneficie o espaço? Há parceria com alguma instituição?

Não. O PorTão, assim como os grupos teatrais que o administram, não são financiados por órgãos públicos. Defendemos a separação cada vez maior entre o fazer artístico e o financiamento público. O que não significa, obviamente, usar o financiamento público para a

realização de algum projeto específico, mas não em nível amplo.

De forma abrangente o espaço é independente e auto-sustentável. O SESC Tocantins e a Universidade Federal do Tocantins ofereceram algumas oficinas no espaço, o que faz termos essa parceria.

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Apresentação de "Amélia", espetáculo que inaugurou o PorTão. Crédito: Andrea Lopes.