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e bom entendedor sobre esse universo vasto, criativo, dinâmico e divertido que é a arte.

Antônio Netto, como é chamado pelos amigos, conta um pouco da sua história, objetivos e percepções sobre o cenário cultural de Palmas. Conhecendo a cultura onde está inserido, interagindo e ao mesmo tempo respeitando a sociedade em prol do seu trabalho artístico que tem também como objetivo agregar valores a cultura e ao meio social da cidade mais jovem do país, assim deve ser a relação entre artista, cultura e sociedade, afirma Antônio.

O que é desenvolvido a partir do seu trabalho?

Faço trabalho de artista em meu ateliê, é um trabalho individual e também sou gestor cultural. Como gestor eu procuro atingir a sociedade a partir do momento em que procuro saber o que ela espera de um produto cultural, sobre o que as pessoas esperam de uma política pública, dai eu como geralmente sou coordenador ou curador, busco meios de fazer com que isso aconteçaseja através de parcerias federais ou de

emendas constitucionais. E o meu trabalho como artista eu desenvolvo a questão estética e plástica, não existe um contexto social, ele é embasado na questão da indústria cultural.

Qual a proposta levada a sociedade a partir da construção do seu papel como artista cultural?

Eu tento trazer aquilo que possa ajudar na construção e desenvolvimento da cultura local. Nossa capital (Palmas) ainda é uma cidade muito jovem que está em fase de descoberta de identidade cultural.

Você acredita que existe algum aspecto que deixe a identidade cultural local mais explicita?

Não, mas acredito que o fator principal que falta são os aparelhos culturais e apoios. Geralmente as pessoas que mais precisam são aquelas que desenvolvem o seu trabalho através da expressão oral, pessoas que não tem muitas oportunidades, por exemplo, carregam muita cultura em si, mas que muitas vezes não sabem como disseminar o seu trabalho de forma lucrativa e inteligente, falta apoio do poder público.

A mudança para o Tocantins foi pensando na contribuição cultural que você poderia proporcionar ou por interesse artístico particular?

Eu deixei minha cidade natal (João Pessoa) porque lá não havia espaço mercadológico necessário para um artista jovem e contemporâneo como eu me desenvolver. Interessei-me pela diversidade e construção cultural que o estado do Tocantins apresentava na década de 1990.

Qual a relação do seu trabalho atual com a cidade e o meio social?

Fiz uma reclusão artística em prol do meu próximo projeto que tem o nome de “Território Imaginário”, nele expresso a minha imagem da cidade, uma cidade na qual eu consigo me ver, pois não me sinto da cidade como sentia e era antes ou eu sou tão da cidade ao ponto de não conseguir mais me ver nela. Hoje não vejo muito que absorver daqui devido a todo o contexto urbano e politico que a cidade se encontra atualmente. Nesse trabalho vejo a questão social do meu ponto de vista, um projeto de certa forma individual.

Exposição “Território Imaginário – Ocupações” do artísta Anônio Netto/ Foto: Camila Soares

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