A Voz dos Reformados - Edição n.º 170 Março/Abril 2021 | Page 8

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8 A Voz dos Reformados | Março / Abril 2021

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Palavras de Paz

Encontro pela Paz

É já a 5 de Junho que terá lugar em Setúbal o Encontro pela Paz , convocado por 12 organizações e entidades das mais variadas áreas de intervenção : para além do Conselho Português para a Paz e Cooperação , as câmaras municipais de Setúbal e Loures , a Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses – Intersindical Nacional , a Confederação Portuguesa das Coletividades de Cultura , Recreio e Desporto , a Federação Nacional dos Professores , a Juventude Operária Católica , o Movimento Democrático de Mulheres , o Movimento dos Municípios pela Paz , o Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e a Paz no Médio Oriente , a Obra Católica Portuguesa de Migrações e a União de Resistentes Antifascistas Portugueses . A estas juntar-se-ão ainda muitas outras , no decurso da preparação do Encontro , que há muito decorre em múltiplas e variadas iniciativas . A realização do Encontro esteve prevista para 2020 , mas as condições sanitárias decorrentes da epidemia de COVID-19 forçaram o seu reagendamento . À semelhança do primeiro encontro , que em 2018 reuniu mais de 700 participantes e dezenas de entidades , em Loures , o Encontro pela Paz deste ano decorrerá sob o lema « Pela Paz , todos não somos demais !». Mantêm-se igualmente os temas centrais : Paz e Desarmamento ; Cultura e Educação para a Paz ; Solidariedade e Cooperação . Será , pois , um marco importante na defesa dos direitos dos povos , da igualdade entre os Estados , da solução pacífica dos conflitos internacionais , defendendo o desarmamento geral , simultâneo e controlado e a criação de uma ordem internacional capaz de assegurar a paz e a justiça nas relações entre os povos . E de afirmação de apego aos princípios inscritos na Carta das Nações Unidas e da Constituição da República Portuguesa , que celebra este ano o 45 .º aniversário . Tal como sucedeu em Loures , o Encontro pela Paz em Setúbal irá envolver a comunidade local , com ela promovendo a necessidade de construir a paz e de dar mais força aos valores da solidariedade e cooperação , contribuindo para travar o passo aos que promovem e favorecem a guerra , a agressão e a ingerência , as sanções e bloqueios , o saque de recursos de Estados soberanos . E , de igual modo , combater o recrudescimento do racismo e da xenofobia .

« Direito a viver , retomar a vida associativa »

SEGURANÇA O MURPI reclama do Poder Central a concessão de apoio logístico e financeiro que estimule a retoma das atividades nos centros de dia e de convívio , preservando regras de segurança sanitária .
« Torna-se necessário e imprescindível retomar a vida associativa em moldes que , preservando as regras de segurança sanitária , promovam o desenvolvimento de atividades de são convívio , restabeleçam os contactos com os associados , retomem os ensaios dos grupos de cantares , recomecem as atividades da prática da actividade física e desenvolvam debates de esclarecimento sobre termas atuais e a valorização dos saberes », defende a Confederação de Reformados , Pensionistas e Idosos – MURPI , que reuniu , no dia 17 de Março , em Lisboa , o seu Conselho Nacional . Na sede Sindicato Nacional dos Trabalhadores da Administração Local e Regional ( STAL ), membros e dirigentes das federações do MURPI analisaram o Relatório de Atividades e de Contas referente a 2020 , apresentado pela Direção da Confederação . Além do cumprimento de um dever estatutário , esta foi uma excelente oportunidade para analisar as causas e consequências que a pandemia
provocou na vida dos reformados e das suas organizações associativas que foram encerradas por determinação das autoridades sanitárias . « A pandemia provocada pela CO- VID-19 agravou ainda mais as desigualdades sociais e isolou os reformados , que se viram impedidos de participar nas atividades promovidas pelas associações de reformados », adverte o MURPI , reportando « situações de isolamento », de « mortes verificadas em lares »
O MURPI subscreveu a posição « A vida à frente do lucro privado ! Por uma justa distribuição de vacinas contra a COVID-19 », do Conselho Português para a Paz e Cooperação ( CPPC ), onde se reclama a « suspensão dos direitos sobre as patentes das vacinas ». O documento será posteriormente enviado às autoridades portuguesas e à ONU . Na posição lembra-se que « as vacinas não estão a chegar a todo o lado ao mesmo tempo », existindo países « economicamente mais desenvolvidos » a concentrarem um elevado número de vacinas , « enquanto mais de uma centena de países continuam sem vacinas para administrar ». Na União Europeia , vários países ( entre os quais Portugal ) sofrem atrasos no processo de vacinação . Nesse sentido , um largo conjunto de organizações portuguesas instam à aquisição das doses necessárias à vacinação massiva da população portuguesa onde quer que elas existam , não se restringindo aos acordos celebrados pela União Europeia ; à suspensão dos direitos das patentes das vacinas contra a COVID-19 ; à cooperação entre todos os países e organizações internacionais no combate à COVID-19 ; a que , nesta como noutras áreas , as conquistas da e « alterações na saúde mental dos idosos », agravadas pelo medo e o alarme divulgados . Na reunião foi aprovado um documento intitulado « Direito a viver , retomar a vida associativa », onde se defende o direito « à saúde através da defesa do reforço do Serviço Nacional de Saúde , priorizando o rastreio , a testagem e a vacinação , bem como a reabertura de todos os serviços », « à proteção social no apoio às pessoas idosas na situação de dependência , quer no domicílio , quer na rede de lares » e « à valorização dos rendimentos , no combate à pobreza ». Por outro lado , exige-se uma « nova legislação que garanta a atualização anual de todas as pensões ». « A luta pela concretização destas medidas exige o reforço do movimento associativo a partir das federações e pela reabertura das associações », afirma o MURPI .

Comemorar Abril

Pelo segundo ano consecutivo , as comemorações do 47 .º aniversário da Revolução de Abril – o heróico levantamento militar do Movimento das Forças Armadas , logo seguido por um amplo movimento popular , que pôs fim a 48 longos anos de obscurantismo e ditadura fascista – decorrem em simultâneo com uma grave crise económica e social , despoletada pela pandemia da COVID-19 . « Para cumprir Abril » é preciso « impedir que sejam os trabalhadores e as pessoas mais vulneráveis a serem as principais vítimas das nefastas consequências económicas e sociais da crise provocada pela pandemia do COVID-19 » e « continuar a combater políticas de retrocesso », lê-se no apelo à participação das comemorações do 25 de Abril , onde se destaca « o valor inestimável do Serviço Nacional de Saúde como eixo estruturante do regime democrático , só possível graças à Revolução de Abril e que importa defender e reforçar ». No documento alerta- -se ainda para o « recrudescimento de expressões reacionárias , de cariz racista , fascista e antidemocrático ». Comemorar mais um aniversário da Revolução de Abril é também comemorar os 47 anos do 1 .º de Maio em liberdade .

Por uma justa distribuição de vacinas

ciência e da técnica sirvam o progresso da Humanidade e não os colossais lucros de alguns poucos .