A Linguagem da Vida BE_SM_60_JAN_19 | Page 8

M atéria A linguagem da vida Entregue-se de coração à comunicação ‘não-violenta’ e transforme conflitos em conexão e parceria! E lisa D origon A forma como nos comunicamos em nossas relações pessoais e profissionais e o modo de como interagi- mos e nos manifestamos na sociedade parecem ser um dos grandes desafios do mundo moderno. Em- bora a tecnologia da comunicação tenha avançado de forma verti- ginosa e, tornado acessível o contato instantâneo entre as pesso- as, ainda encontramos muita dificuldade em entender e ser enten- dido. As redes sociais, criadas para aproximar as pessoas e ampliar a comunicação em sociedade, têm propagado discursos que, em sua maioria, perpetuam a violência e alimentam a agressividade. A prática da Comunicação Não-Violenta, criada pelo psicólo- go americano Marshall Rosenberg, pode ser uma boa alternativa na reformulação da maneira pela qual nos expressamos e ouvimos. A CNV, como é popularmente conhecida, considera que somos todos compassivos por natureza e que estratégias violentas, verbais ou fí- sicas, são aprendidas, ensinadas e apoiadas pela cultura dominante. STOCKPHOTOSECRETS/BE Segundo o psicólogo, todos temos necessidades humanas básicas e cada uma de nossas ações é apenas uma estra- tégia para atender, pelo menos, uma dessas necessidades. Origens Desde cedo, Marshall questionou-se sobre o que leva o ser humano a se comportar de manei- ra violenta. Quando tinha nove anos, precisou ficar trancado três dias em casa com sua família por con- ta de um conflito racial que eclodiu na sua vizinhan- ça, em Detroit, culminando na morte de 40 pessoas. Depois de formar-se em psicologia, começou a es- tudar os fatores que afetam a capacidade das pessoas de se manterem compassivas. Impressionou-se com o pa- pel da linguagem e do uso das palavras e identificou uma abor-