políticos do campo político denominado de extrema-direita ganharem espaços tanto no debate público como também no ambiente institucional dos sistemas políticos de vários países europeus. Afinal o preconceito contra o estrangeiro, os fluxos migratórios e para com manifestações culturais alheias aos “valores e tradições europeias” estão no centro do discurso político destes grupos radicais que outrora eram marginais e bem pouco representativos de grupos numericamente significativos da sociedade europeia.
Ao olharmos para o futebol não só como uma disputa esportiva, mas também como uma arena na qual as relações sociais e políticas de uma dada sociedade estão refletidas como num grande espelho, vemos que na Europa o campo para o desenvolvimento de tais práticas sociais é bastante fértil, uma vez o futebol europeu ter assistido o cotidiano de seus clubes, atletas e torcedores nas últimas 4 décadas transformar-se num espaço onde o “choque de culturas” é constituinte do próprio esporte. Afinal em qual time europeu não encontraremos latino-americanos, africanos, árabes, eslavos (grupo bastante particular de europeus) e até mesmo asiáticos?
Demarcarmos, portanto, nestas linhas que a arena esportiva do futebol, apesar de contar com elementos extremamente férteis para o desenvolvimento de práticas xenófobas, dada a diversidade de origens nacionais dos jogadores de suas ligas, é tão somente um reflexo poderoso de fenômenos políticos que transcorrem em outras esferas da vida social e política. Afinal a prática do futebol profissional de alta competição, encontrado na Europa atual, leva seus atores viverem e respirarem 24 horas do dia o esporte,, reproduzindo dentro da realidade do futebol fenômenos que vem marcando as estruturas sociais do Velho Continente.
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Por: Prof. José Renato de Araújo
Docente da EACH/USP
Observatório Interdisciplinar
de Políticas Públicas
A LIGA 08