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a história das máquinas
Os robôs
estão chegando
O robô humanóide Elektro, da Westinghouse,
em exibição no Word’s Fair em 1939
O robô humanóide Plen, da empresa
japonesa Systec Akazawa, patinando na
Robot Expo em Tókio, agosto de 2006
Foi o escritor checo Karel Capek quem, em
1921, introduziu a palavra robô num texto de
uma peça de teatro. Mas a palavra em si, robô,
foi inventada pelo irmão Josef, outro respeitado
escritor checo, e vem da palavra checa robota,
que significa, olha aí, trabalho forçado...
Mas o primeiro projeto documentado de um
robô humanóide foi feito, como já vimos, por
Leonardo Da Vinci por volta de 1495. As notas
de Da Vinci, escritas no Código Atlântico, continham desenhos detalhados de um cavaleiro mecânico que aparentemente era capaz de sentar,
mexer os braços, mover a cabeça e o maxilar.
O primeiro robô funcional foi criado em 1738
pelo francês Jacques de Vaucanson. Ele fez um
andróide que tocava flauta... O passo seguinte
já não foi assim tão pacífico: muitos consideram
que o primeiro robô segundo as definições modernas foi o barco teleoperado de Nikola Tesla
– o mesmo do motor elétrico –, exibido em 1898
no Madison Square Garden. Como ele mesmo
descreve na patente de nº 613 809 para o teleautomation, Tesla desejava desenvolver um torpedo sem fio para fazer parte do sistema de armas
da Marinha americana. O barco teleguiado era
similar a um Veículo Operado Remotamente
(ROV) de hoje.
Nos anos 1930, a Westinghouse desenvolveu
um robô humanóide conhecido como Elektro.
Ele foi exibido no World’s Fair de 1939-1940.
Mas aquele que é considerado o primeiro robô
autônomo eletrônico foi criado por Grey Walter, na Universidade de Bristol, na Inglaterra,
no ano de 1948.
Uma criatura quase humana, com certa inteligência e certa independência? Um tanto
assustador... Muito antes do pleno desenvolvimento e uso dos robôs, a literatura e o cinema
começaram a refletir os pavores do ser humano
em relação a esse novo brinquedo perigoso e,
um dia talvez, incontrolável. Frankenstein, de
1818, é freqüentemente considerado o primeiro
romance de ficção científica a abordar as perturbadoras clonagens mecânicas.
Foi quando, poucos anos depois da peça de
Capek sobre uma linha de montagem que utilizava robôs para tentar construir mais robôs, o
tema começou a inquietar corações e mentes com
questões que iam bem da além da tecnologia, da
indústria e da economia. No cinema, desde o
clássico Metropolis (1927) até os populares Blade
Runner (1982) e The Terminator (1984) de nossos
dias, o tema não parou de assombrar milhões de
espectadores. Os desafios dos robôs inteligentes e uma maior compreensão da interação entre
robôs e homens foram também abordadas em
filmes como A.I. (2001) e Eu, Robô (2004).
Na história, aliás, de ficção científica em que
se baseou o filme Eu, Robô, o escritor Isaac
Asimov já em 1941 consagrava a palavra robó-