Máquinas, Máquinas, Do Vapor ao Computador
Desde as cavernas, o homem de alguma
forma se veste, e o inventor da máquina de
costura teria tudo para tornar-se, em todos os
tempos, ídolo unânime de todas as mulheres
do mundo.
Só que o invento, que tanta rapidez, qualidade e diversidade trouxe para o guarda-roupa
da humanidade, não contou, infelizmente, com
um único inventor. Tantos foram os passos na
direção da obra final que, pode-se dizer, a máquina de costura como a conhecemos é quase
uma criação coletiva de gênios diversos. Culpa
da indiferença dos homens ou da paciência das
mulheres, que não reclamavam de longas horas
de agulha e linha?
Ao certo ninguém sabe, mas é fascinante
acompanhar a máquina de costura tecendo
a própria história na linha no tempo. Foram
muitos inventores. Um concebeu; outro retocou; outro chuleou; outro pespontou; outro fabricou; e até um reverendo entrou na história.
Tudo começou em 17 de julho de 1790, quando o marceneiro inglês Thomas Saint fez a primeira máquina para costurar sapatos e botas.
Só que as especificações do grande invento ficaram enterradas no meio de outras patentes
relacionadas a botas e sapatos e só foram descobertas por Newton Wilson em 1874. Já eram,
no entanto, notáveis por antecipar muitas características que mais tarde se tornaram bási-
cas para a produção de máquinas desenvolvidas
comercialmente.
Um protótipo da primeira tentativa de produção comercial foi construído em 1829 por
Barthélemy Thimmonier, modesto alfaiate da
cidadezinha francesa de Amplepuis. Dois anos
mais tarde, ele receberia uma encomenda de
oitenta máquinas de uma fábrica de roupas de
Paris, que fazia uniformes militares. Thimmonier passou a trabalhar na fábrica como supervisor e mecânico.
Mas, pobre Thimmonier: alfaiates de Paris viram naquelas máquinas uma ameaça
ao ganha-pão e incentivaram uma multidão
a destruí-las. Um único modelo sobreviveu.
Thimmonier levou-o de volta para Amplepuis,
onde o protótipo podia ser visto à beira da estrada como curiosidade em troca de alguns
centavos...
A sina de gênio humilhado terminaria em
1845, quando um empresário, M. Magnin ,
propôs utilizar aquele último modelo para fabricação regular em série.
Inteiramente de metal, as máquinas produzidas pelas oficinas Ma