A HISTORIA DAS MAQUINAS Março 2014 | Page 29

Máquinas, Máquinas, Do Vapor ao Computador Desde as cavernas, o homem de alguma forma se veste, e o inventor da máquina de costura teria tudo para tornar-se, em todos os tempos, ídolo unânime de todas as mulheres do mundo. Só que o invento, que tanta rapidez, qualidade e diversidade trouxe para o guarda-roupa da humanidade, não contou, infelizmente, com um único inventor. Tantos foram os passos na direção da obra final que, pode-se dizer, a máquina de costura como a conhecemos é quase uma criação coletiva de gênios diversos. Culpa da indiferença dos homens ou da paciência das mulheres, que não reclamavam de longas horas de agulha e linha? Ao certo ninguém sabe, mas é fascinante acompanhar a máquina de costura tecendo a própria história na linha no tempo. Foram muitos inventores. Um concebeu; outro retocou; outro chuleou; outro pespontou; outro fabricou; e até um reverendo entrou na história. Tudo começou em 17 de julho de 1790, quando o marceneiro inglês Thomas Saint fez a primeira máquina para costurar sapatos e botas. Só que as especificações do grande invento ficaram enterradas no meio de outras patentes relacionadas a botas e sapatos e só foram descobertas por Newton Wilson em 1874. Já eram, no entanto, notáveis por antecipar muitas características que mais tarde se tornaram bási- cas para a produção de máquinas desenvolvidas comercialmente. Um protótipo da primeira tentativa de produção comercial foi construído em 1829 por Barthélemy Thimmonier, modesto alfaiate da cidadezinha francesa de Amplepuis. Dois anos mais tarde, ele receberia uma encomenda de oitenta máquinas de uma fábrica de roupas de Paris, que fazia uniformes militares. Thimmonier passou a trabalhar na fábrica como supervisor e mecânico. Mas, pobre Thimmonier: alfaiates de Paris viram naquelas máquinas uma ameaça ao ganha-pão e incentivaram uma multidão a destruí-las. Um único modelo sobreviveu. Thimmonier levou-o de volta para Amplepuis, onde o protótipo podia ser visto à beira da estrada como curiosidade em troca de alguns centavos... A sina de gênio humilhado terminaria em 1845, quando um empresário, M. Magnin , propôs utilizar aquele último modelo para fabricação regular em série. Inteiramente de metal, as máquinas produzidas pelas oficinas Ma