A Formação dos Estados Unidos e.g. Jun. 2014 | Page 20

A divisão dos Estados Unidos em "Norte" e "Sul" vem desde tempos coloniais. No sul, os primeiros ocupantes da região encontraram um clima quente e um solo fértil, ideal para o cultivo. Rapidamente, a agricultura sob o sistema de Plantation e um estilo de vida primariamente rural passou a dominar os estados do Sul. Enquanto isto, o clima frio e o solo rochoso dos Estados do Norte mostraram-se pouco adequados à prática da agricultura. Isto forçou os colonos desta região a procurarem outras fontes de renda como o comércio e a manufatura, favorecendo assim a criação de grandes cidades comerciais.

Por conseguinte, a economia nortista tinha uma forte base industrial. Defendia a existência de uma política protecionista para dificultar a importação de produtos industriais de outros países, ampliando o consumo de seus próprios produtos dentro dos Estados Unidos. Os fazendeiros sulistas, contudo, sentiram-se prejudicados pela política econômica. Os latifundiários exportadores do sul ambicionavam comprar produtos industrializados de quem pudesse vendê-los mais barato; para isso, seria necessária uma política livre, cambista. Negavam-se, portanto, a ser o mercado consumidor da indústria nortista.

O maior ponto de discórdia entre o norte e o sul, ainda sim, consistia na escravidão. Alguns nortistas começaram a ver a escravidão como errada, desnecessária e imoral para o país, e muitos deles começaram a advogar ideias abolicionistas. Embora uma minoria dos sulistas também possuíssem ideias abolicionistas, a maioria lucrava muito com a escravidão, e esta fazia parte da cultura local. Para eles, escravismo prevenia os brancos de consumir seus esforços em conflitos sociais, para que pudessem dedicar-se integralmente à produção e manutenção de instituições políticas democráticas; pois, enquanto houvessem escravos, não haveria conflitos entre patrões e empregados.

A tensão entre os grupos ficou mais acirrada em 1861, quando Abraham Lincoln (um republicano contrário ao escravismo) venceu as eleições presidenciais, com 40% dos votos. Em função da clara diferença de interesses entre os grupos, onze estados defensores da escravidão uniram-se e declararam-se independentes do restante do país. Criando os Estados Confederados da América, sob a presidência de Jefferson Davis.

O norte reagiu para tentar impedir a divisão e começou a guerra, que se anunciava desde a proclamação da independência. A luta entre nortistas (ianques) e sulistas (confederados) estendeu-se de 1861 à 1865 e ficou conhecida como Guerra de Secessão, ou como Guerra Civil Americana.

No início da guerra, o presidente Lincoln queria manter unidos os estados. Terminar com a escravidão não era seu objetivo principal. Isso mudou após a batalha de Antietam. A vitória da União o encorajou a fazer a Proclamação da Emancipação, libertando todos os escravos nos estados confederados. Como resultado, muitos negros aderiram ao exército da União.

Após muitas vitórias e derrotas de ambos os lados, a guerra teve fim no dia 28 de junho de 1865, quando tropas remanescentes dos estados confederados do sul assinaram a rendição e a União venceu. Nesse mesmo ano o presidente Abraham Lincoln foi assassinado por um fanático sulista.

Embora o conflito tenha abalado de certa forma a economia do Norte, os Estados do sul foram os que mais tiveram prejuízos: muitas cidades e plantações foram destruídas, sem contar o problema da falta de mão de obra. Mesmo assim, o espetacular crescimento econômico do Norte acabou contagiando toda a nação americana nas décadas seguintes. O sul reconstruiu as propriedades danificadas e mudou sua economia, que passou a não mais depender de escravos. Esse período ficou conhecido como Reconstrução e durou até que as últimas tropas americanas deixassem o sul, em abril de 1877.