Editorial
A
delicada e complexa crise que o Brasil enfrenta e que
foi ampliada e aprofundada nos últimos anos, continua
perturbando e intranquilizando a vida do país e de cada
brasileiro, em particular. Até agora, as primeiras providências, e
consideradas essenciais pelo governo de transição, efetivamente
não constituíram nem constituem os únicos passos corretos e
concretos em direção ao equilíbrio das contas públicas e à reto-
mada do crescimento econômico.
Permita-se lembrar que a base da maior parte dos problemas
de hoje – cerca de 2/3 dos gastos federais se destinam ao funcio-
nalismo e à previdência – foi o aniquilamento das contas públicas
pelos governos petistas (de Luiz Inácio a Dilma), num total
descompromisso de suas gestões com as metas fiscais.
Representantes dos diferentes núcleos da sociedade (empre-
sários, trabalhadores, especialistas) têm se manifestado de que
não estão sentindo que a saída da grave crise está a caminho, e,
o que é pior, reduz-se, cada vez mais, o número dos que acreditam
que os atuais ocupantes do Palácio do Planalto tenham capaci-
dade e autoridade para deter esta marcha tresloucada que o país
vive, cujo desfecho continua imprevisível.
O mais grave é que, ao lado da paralisia e da redução da ativi-
dade econômica e dos seus efeitos, sobretudo o desemprego (conti-
nuamos com 13 milhões e meio de pessoas fora do mercado de
trabalho) e a insegurança da cidadania (aqui há mais mortes por
assassinatos que mortes em países em guerra), sofremos uma
crise demolidora da política e dos que a praticam, particular-
mente porque a expressiva maioria dos que deveriam servir ao
público, nada mais fazem do que se servirem do público. O Brasil,
lamentavelmente, é o quarto país mais corrupto do mundo,
estando à frente até da Venezuela bolivariana de Nicolás Maduro.
Nesta edição, autores com as mais diversas visões sobre o
quadro nacional buscam revelar aspectos, os mais variados,
sobre este complicado período que os brasileiros vivem, desta-
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