Temáticas explosivas como é hoje o caso da violência e da
criminalidade que avançam, demandas estruturais básicas como
a necessidade urgente de rever matrizes estratégicas (como é o
caso das matrizes de energia, transporte e a matriz agrícola
insustentáveis) ou situações perturbadoras como o despreparo do
Brasil para a adaptação aos tempos do aquecimento global em
contexto de desmonte descarado da legislação e da política de
meio ambiente, só tornam o debate sobre parlamentarismo algo
de absolutamente atual.
Observados o cenário brasileiro como um todo, do alto do seu
enorme território e população, e levando em conta a herança colo-
nial recente que ainda nos atormenta com a obsolescência de
muitas das nossas instituições, bem como o potencial geopolítico
de que ainda dispomos apesar da gravidade de todos os nossos
problemas e mazelas, podemos concluir, com suporte na dinâmica
de nossa história recente, que o Brasil precisa e está apto a definir
o seu Projeto Nacional, estruturando um modelo de economia e de
sociedade aptos a garantir que a nossa inserção no mundo globa-
lizado possa acontecer de maneira intensa, porém soberana, por
força de um novo modelo desenvolvimento que supere nossas desi-
gualdades ancestrais, crie uma economia sustentável e estreita-
mente ligada às vocações do país e produza uma democracia mais
legítima em seus mecanismos de representação e verdadeiramente
participativa e descentralizada. Para tanto precisaremos do parla-
mentarismo sem medo de ousar e de romper a inércia nessa nossa
nação que tem pressa para resolver seus problemas.
Novamente o parlamentarismo
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