A crise não parece ter fim PD48 | Page 108

engano. É necessário, pois, a conscientização de todos para o gravíssimo problema. Algumas considerações a respeito de objetivos e vontades da ANA seriam necessários descrevê-los, pormenorizando os múlti- plos aspectos que a recém-criada Agência (desde julho de 2000) tem como proposta para a defesa da água e, num todo, para os Recursos Hídricos. A Lei nº 9.984, de 17/07/2000, que criou a ANA, declara, textualmente, os princípios norteadores da sua Política Nacional de Recursos Hídricos, integrante do Sistema Nacional de Geren- ciamento de Recursos Hídricos. Isto significa dizer que, entre outros, ela é responsável pela administração da outorga do direito de uso das águas no domínio da União. Em síntese, além de outros objetivos altamente preservativos e de uso racional da água, o fundamento da concessão desta outorga já se mostra altamente significativo para as regiões afetas a ela. Avalia-se, em primeiro plano, que este trabalho se presta a atender a demanda e racionalização de uso, permitindo, pois, a utilização real e necessária para cada qual. A indiscriminada utilização das águas, sem regramento, sem um monitoramente eficaz e duradouro, até então se mantinha abertamente. De agora em diante, porém, mudam-se as regras, prevalecendo o espírito da lei e do que a ANA se presta: atender a todos, de uma forma geral, uniforme e metódica. A água, assim, não será fruto de abusos e de incertezas para o seu futuro, principalmente sabendo que representa um recurso natural que pode se findar, caso não tenhamos a consciência do que representa este bem. Um outro problema das águas Há algum tempo, os jornais deram manchetes sobres a futura (e bem próxima) escassez das águas em nosso planeta. Chegaram a sentenciar sobre o futuro sombrio: dois terços do mundo ficará sem água até 2030. Para se ter uma ideia geral, países como Arábia Saudita, Líbia, Baharian, Jordânia, Catar e Emirados Árabes Unidos, sofrem com a falta da água, muito embora jorrem em seus territórios petróleo às escâncaras. Dados estarrecedores demonstram que a água provocará guerras e haverá disputas acirradas entre as nações desérticas, 106 José Roberto Guedes de Oliveira