A Capitolina 7, julho 2014 | Page 6

poesia

21 A Capitolina

Dos trovadores nasceram

Cantadores e Violeiros

Que andavam pelas vilas

E em casas de fazendeiros

Levando as informações

Por todo Brasil inteiro

Desde lá de Portugal

Todo folheto era exposto

Em barbante ou cordel

Bem dobrado e assim disposto

E assim ganhou este nome

Que o povo fala com gosto

Eram escritos em prosa

Até história menor

Em quadras metrificadas

Em redondilha maior

Sete silabas contadas

Dando um ritmo melhor

Na Espanha Pliegos Sueltos

De poesia popular

Portugal eram Cordéis

Que tinha em todo lugar

Aqui Folhetos de feira

Que até hoje pode achar

O tesouro do Cordel

Adentrou nas Caravelas

Atravessou sete mares

Tornando as vidas mais belas

Enfim chegou ao Brasil

Nação verde e amarela

Logo ao nascer da nação

O Cordel cantou seu hino

Acalentando no berço

O enorme país menino

Que nasceu bem no Nordeste

Pois Brasil é Nordestino

E assim neste berço esplêndido

O Cordel tem novo porte

Foi decantado em sextilhas

E na setilha tão forte

Por dois poetas gigantes

Paraibanos de sorte

Os dois que fizeram história:

Leandro Gomes de Barros

Criou mais de mil folhetos

Sem estanques, nem esparros

E viveu de fazer versos

Tantos que enchiam carros

Silvino de Pirauá

Foi outro paraibano

Também cultuou poesia

Fez do Cordel o seu plano

Junto à viola e violeiros

O Cordel foi soberano

Este pequeno folheto

Que precedeu ao jornal

Divertindo a populaça

Com força descomunal

Também afrontou o rádio

Sem apagar seu fanal

Mais tarde veio a TV

Pensaram: - é a sua morte!

Mas o Cordel não morreu

Enfrentando toda sorte

E agora usa a Internet

Para ficar bem mais forte

Grandes autores vieram

Fazendo esta sua arte

João Martins de Atayde

Que não deixou um descarte

José Pacheco e Dila

Também fazem a sua parte

E também Cordeiro Manso

Joaquim Sem Fim, Antonio Cruz,

Manoel V. Paraíso

Joaquim Silveira conduz

Patativa do Assaré

Que ainda hoje reluz