poesia
21 A Capitolina
Dos trovadores nasceram
Cantadores e Violeiros
Que andavam pelas vilas
E em casas de fazendeiros
Levando as informações
Por todo Brasil inteiro
Desde lá de Portugal
Todo folheto era exposto
Em barbante ou cordel
Bem dobrado e assim disposto
E assim ganhou este nome
Que o povo fala com gosto
Eram escritos em prosa
Até história menor
Em quadras metrificadas
Em redondilha maior
Sete silabas contadas
Dando um ritmo melhor
Na Espanha Pliegos Sueltos
De poesia popular
Portugal eram Cordéis
Que tinha em todo lugar
Aqui Folhetos de feira
Que até hoje pode achar
O tesouro do Cordel
Adentrou nas Caravelas
Atravessou sete mares
Tornando as vidas mais belas
Enfim chegou ao Brasil
Nação verde e amarela
Logo ao nascer da nação
O Cordel cantou seu hino
Acalentando no berço
O enorme país menino
Que nasceu bem no Nordeste
Pois Brasil é Nordestino
E assim neste berço esplêndido
O Cordel tem novo porte
Foi decantado em sextilhas
E na setilha tão forte
Por dois poetas gigantes
Paraibanos de sorte
Os dois que fizeram história:
Leandro Gomes de Barros
Criou mais de mil folhetos
Sem estanques, nem esparros
E viveu de fazer versos
Tantos que enchiam carros
Silvino de Pirauá
Foi outro paraibano
Também cultuou poesia
Fez do Cordel o seu plano
Junto à viola e violeiros
O Cordel foi soberano
Este pequeno folheto
Que precedeu ao jornal
Divertindo a populaça
Com força descomunal
Também afrontou o rádio
Sem apagar seu fanal
Mais tarde veio a TV
Pensaram: - é a sua morte!
Mas o Cordel não morreu
Enfrentando toda sorte
E agora usa a Internet
Para ficar bem mais forte
Grandes autores vieram
Fazendo esta sua arte
João Martins de Atayde
Que não deixou um descarte
José Pacheco e Dila
Também fazem a sua parte
E também Cordeiro Manso
Joaquim Sem Fim, Antonio Cruz,
Manoel V. Paraíso
Joaquim Silveira conduz
Patativa do Assaré
Que ainda hoje reluz