A Capitolina 7, julho 2014 | Page 40

“Você pode ler isto para mim?” ou “Como se escreve? Soletre, por favor!” são trivialidades com as quais nos deparamos diariamente. A leitura pode ser considerada uma capacidade que, como todos os processos cognitivos, torna-se um processo simples e imediato, depois de dominada. As respostas para as perguntas acima seriam, portanto, descomplicadas, até mesmo reduzidas a meras operações automáticas. E quando não é assim? Imagine-se incapaz de compreender e identificar fluentemente palavras e frases, prejudicando, por consequência, a compreensão das informações passadas em textos, mesmo curtos e com termos considerados simples. Provavelmente, geraria algum tipo de confusão, constrangimento e, em longo prazo, baixa autoestima. Parece óbvio? Esta é a rotina de muitas crianças, jovens e adultos com dislexia.

As Letras com a Corda Toda

Ana Luiza Brunetti

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Trata-se de um distúrbio linguístico de natureza hereditária, que provoca alterações anatômicas no cérebro do indivíduo, causando assimetria no plano temporal esquerdo e, consequentemente, perturbações cognitivas. Há quem tenha se deparado com colegas na sala de aula que possuíam alguma dificuldade para ler, escrever ou até mesmo soletrar. Para essas pessoas, as letras não se comportam da maneira que nós as enxergamos, uma vez que não se alcança a ideia que pretendem passar. Disposta em níveis, que variam entre moderado e severo, se não diagnosticada precocemente, pode se tornar o pivô de muitos

conflitos relacionados à autoestima, podendo excluir socialmente pessoas dotadas de sensibilidade.

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O QUE É DISLEXIA?