A Capitolina 3, março 2014 | Page 8

7 A Capitolina

cruzar o canal, se preferirmos, e encontrar Voltaire e Diderot, Madame Du Deffand; e então voltar à Inglaterra e Twickenham – como certos lugares se repetem e certos nomes! – onde uma vez Lady Bedford teve seu Parque e Pope lá viveu depois, para a casa de Walpole na Strawberry Hill. Mas Walpole nos introduz a tais abundantes novos conhecidos, existem tantas casas a visitar e sinos a badalar que nós podemos hesitar por um momento, nos degraus da entrada de Miss Berry, por exemplo, quando observamos, lá vem Thackeray; ele é o amigo da mulher que Walpole amou; assim meramente indo de amigo a amigo, de jardim a jardim, de casa a casa, nós passamos de um fim da literatura inglesa a outro e acordamos para nos achar novamente aqui no presente, se nós pudermos então diferenciar este momento de todos que passaram antes. Isto, então, é um dos jeitos nos quais podemos ler essas vidas e cartas; podemos fazê-los acender as muitas janelas do passado; nós podemos assistir os mortos famosos em seus hábitos familiares e imaginar às vezes que estamos bem perto e podemos surpreender seus segredos, e às vezes podemos tirar uma peça ou um poema que eles escreveram e ver se a sua leitura muda na presença do autor. Mas isso, de novo, desperta outra questão. Quanto, devemos nos perguntar, é um livro influenciado pela vida do autor – quanto é seguro deixar o homem interpretar o autor? Quanto devemos resistir ou abrimo-nos às simpatias e antipatias que o próprio homem despertou em nós – tão sensíveis são as palavras, tão receptivo do caráter do autor? Estas são questões que nos pressionam quando nós lemos vidas e cartas, e devemos responder por nós mesmos, pois nada pode ser mais fatal que ser guiado pelas preferências dos outros em assunto tão pessoal.

Mas também podemos ler tais livros com outro propósito, não para trazer luz à literatura, não para se tornar familiarizado com pessoas famosas, mas a fim de refrescar e exercitar nossos próprios poderes criativos. Não existe uma janela aberta do lado direito da estante de livros? Quão delicioso é parar de ler e olhar pela janela! Como é estimulante a cena, na sua inconsciência, na sua irrelevância, no seu movimento perpétuo – os potros galopando ao redor do campo, a mulher enchendo o balde no poço, o burro jogando sua cabeça para trás e emitindo seu longo, amargo lamento. A grande parte de qualquer biblioteca não é nada mais que o registro de tais momentos fugazes nas vidas dos homens, mulheres, e burros. Toda literatura, na medida em que envelhece, tem sua acumulação de momentos perdidos, seus registros de momentos desaparecidos e vidas esquecidas contadas com acentuações vacilantes e débeis que se extinguiram. Mas se você se permitir às delicias da leitura desses lixos você será surpreendido, de fato estará sujeito, pelas relíquias da vida humana que foram invocadas para mofar. Pode ser uma carta – mas que visão isso dá! Podem ser poucas sentenças – mas que imagens sugerem! Algumas vezes toda uma estória virá unificada com tal belo humor e emoção e completude que parecerá como se um grande novelista tivesse trabalhado, ainda que seja somente um velho ator, Tate Wilkinson, lembrando a estranha estória do Capitão Jones; é somente um jovem subalterno servindo a Arthur Wellesley e se apaixonando com a bela garota em Lisboa; é somente Maria Allen deixando cair sua costura na sala de visitas vazia e suspirando como que desejara que tivesse aceitado o bom conselho de Dr. Burney e tivesse fugido com seu Rishy. Nada disso tem nenhum valor; é insignificante ao extremo; ainda quão impressionante é agora e novamente ir através dos restos e achar anéis e tesouras e narizes quebrados enterrados no vasto passado e tentar juntá-los enquanto o potro galopa ao redor do campo, a mulher enche o balde no poço, e o burro zurra.

Mas nós cansamos de leitura frívola com o passar do tempo. Cansamos de procurar pelo que é necessário a completar as meias-verdades que é tudo o que os Wilkinsons, os Bunburrys, e as Maria Allens são capazes de nos oferecer. Eles não possuem o poder artístico de dominar e eliminar; eles não poderiam contar toda a verdade mesmo sobre suas próprias vidas; eles desfiguraram a estória que poderia ser tão formosa. Fatos são tudo o que eles podem nos oferecer, e fatos são uma forma bem inferior de ficção. Então o desejo cresce em nós por termos de lidar com meios-relatos e aproximações; para cessar de procurar pelos ínfimos tons da personalidade humana, para desfrutar as maiores abstrações, a pura verdade da ficção. Então nós criamos o temperamento, intenso e generalizado, sem conhecimento dos detalhes, mas enfatizado por alguma regularidade, um pulso recorrente, de que a expressão natural é a poesia; e está no tempo de ler poesia quando nós estamos praticamente impelidos a escrevê-la.

Western wind, when wilt thou blow?

The small rain down can rain.

Christ, if my love were in my arms,

And I in my bed again!

Vento do oeste, quando tu ventarás?

A pequena garoa pode chover

Cristo, se meu amor estive em meus braços,

E eu na minha cama novamente!

O impacto da poesia é tão forte e direto que no momento não existe outra sensação exceto aquela do próprio poema. Que profundezas profundas visitamos então – como repentina e completa é nossa imersão! Não existe nada aqui para se apoderar; nada para apoiar nossa viagem. A ilusão da ficção é gradual; seus efeitos são preparados; mas quem quando lê essas quatro linhas se detém a se perguntar quem as escreveu; ou traz à mente o pensamento da casa de Donne ou da secretária de Sidney; ou os captura no intrincado passado e na sucessão das gerações? O poeta é sempre nosso contemporâneo. Nosso ser naquele momento é centrado e constringindo, como em um choque violento de emoção particular. Subseqüentemente, é verdade, a sensação começa a se espalhar em círculos maiores na nossa mente; sentidos remotos são alcançados; isto começa a soar e comentar e ficamos cientes dos ecos e reflexos. A intensidade da poesia cobre uma imensa gama de emoções. Temos somente que comparar a força e o imediatismo de visitamos então – como repentina e completa é nossa imersão! Não existe nada aqui para se apoderar; nada para apoiar nossa viagem. A ilusão da ficção é gradual; seus efeitos são preparados; mas quem quando lê essas quatro linhas se detém a se perguntar quem as escreveu; ou traz à mente o pensamento da casa de Donne ou da secretária de Sidney; ou os captura no intrincado passado e na sucessão das gerações? O poeta é sempre nosso contemporâneo. Nosso ser naquele momento é centrado e constringindo, como em um choque violento de emoção particular. Subseqüentemente, é verdade, a sensação começa a se espalhar em círculos maiores na nossa mente; sentidos remotos são alcançados; isto começa a soar e comentar e ficamos cientes dos ecos e reflexos. A intensidade da poesia cobre uma imensa gama de emoções. Temos somente que comparar a força e o imediatismo de aaaa visitamos então – como repentina e completa é nossa imersão! Não existe nada aqui para se apoderar; nada para apoiar nossa viagem. A ilusão da ficção é gradual; seus efeitos são preparados; mas quem quando lê essas quatro linhas se detém a se perguntar quem as escreveu; ou traz à mente o pensamento da casa de Donne ou da secretária de Sidney; ou os captura no intrincado passado e na sucessão das gerações? O poeta é sempre nosso contemporâneo. Nosso ser naquele momento é centrado e constringindo, como em um choque violento de emoção particular. Subseqüentemente, é verdade, a sensação começa a se espalhar em círculos maiores na nossa mente; sentidos remotos são alcançados; isto começa a soar e comentar e ficamos cientes dos ecos e reflexos. A intensidade da poesia cobre uma imensa gama de emoções. Temos somente que comparar a força e o imediatismo de