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bravo cavaleiro impondo que o escudeiro deveria ir ao Toboso render homenagens à Dona Dulcineia. Seguindo sua jornada, foram recebidos por um grupo de cabreiros que os convidaram ao jantar e depois ainda os divertiram com música. Depois, agradeceram a acolhida e se despediram. Mais adiante, Apearam para descansar e deixaram suas montarias pastando. Rocinante, que era normalmente manso e sem vontade, foi atentar algumas éguas que pastavam perto, porém um grupo de galegos, a quem as equinas pertenciam, deram-lhe uma surra de bordões que o deixaram arriado no chão. Dom Quixote, em defesa de seu corcel, entrou em luta com os vinte galegos, os quais o jogaram por terra e o surraram de pau. Sancho, ao tentar acudir seu amo, não ficou por menos moído e caído ao chão. Levado por Sancho até uma estalagem, onde Dom Quixote foi recebido pelo “alcaide do castelo”, as nobres senhoras os cuidaram e os deixaram em condições de seguirem a jornada do impetuoso cavaleiro. Prosseguindo por uma estrada, após algumas léguas, Dom Quixote avistou uma nuvem de poeira que se aproximava a sua frente e outra por de trás. Julgou tratar-se de dois exércitos que viriam se bater. Para melhor apreciar a batalha, Dom Quixote e Sancho subiram com suas montarias a um outeiro de onde o escudeiro logo identificou tratar de um lado um rebanho de ovelhas e do outro um de carneiros. Antes que Sancho pudesse alertá-lo, o valoroso cavaleiro andante, em seu delírio, avançou sobre o rebanho de ovelhas espetando-as com sua lança. Os pastores, malgrado seus gritos, não lograram pará-lo. Apelaram, então, para suas fundas e o derrubaram a pedradas, arrancando-lhe alguns dentes. Mais uma derrota sofrida pelo bravo Dom Quixote. De outra feita, confundiu seu amigo barbeiro, tal a loucura do valente cavaleiro, com um guerreiro mambrino, e a bacia que trazia à cabeça com uma celada, atacando-o e jogando-o por terra, o qual saiu em disparada. Ao voltar para suas terras, Dom Quixote postou-se no cimo de uma penha e de lá negou-se a sair, em que pesem os esforços de Sancho Pança. O barbeiro e o padre engendraram um estratagema para tirá-lo de lá com a ajuda da mulher da estalagem, dona Doroteia, que se faz passar pela princesa do distante reino de Micomicão, a qual teria vindo à Espanha para obter ajuda de Dom Quixote, cuja fama e valentia o precedia em longínquas paragens, para derrotar o gigante que lhe usurpara as terras. Lograram, assim, fazer o bravo cavaleiro descer da penha e, montado em seu corcel Rocinante, dirigir-se com a “princesa” e o escudeiro dela (O barbeiro disfarçado) em direção ao reino do qual a “princesa” procedera com o fito de enfrentar e cortar a cabeça do gigante. O padre o barbeiro os encontraram já a meio caminho na Estrada Real e todos chegaram ao castelo, o qual nada mais era do que a estalagem de Doroteia. Muitos acontecimentos ocorreram na estalagem e, precisando levar o Cavaleiro da Triste Figura para o rincão onde morava, o padre teve a ideia de colocá-lo em uma jaula. Esperaram que ele dormisse e lhe amarraram as mãos e os pés e, com a ajuda de frequentadores da estalagem, o colocaram numa jaula e em cima de um carro de