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Ao retornar à Espanha foi aprisionado por piratas argelinos em 1575 e passou cinco anos no cativeiro, sendo resgatado por sua família em 1580. Permaneceu ainda como soldado, viajou a Portugal de onde voltou para Madri em 1584. Cervantes casou-se com Catalina de Palacios Salazar. Foi nomeado coletor de impostos pelo rei e, devido a essa função viajou pela Espanha, por Andaluzia e La Mancha. A demora nas prestações de conta levou-o à prisão por três vezes. Supõem- se que durante esse período de prisões teria iniciado a escrever sua obra mais famosas “Dom Quixote de La Mancha”. A primeira novela, La Galatea, foi publicada em 1585, depois escreveu os poemas “Los tratos de Argel” e “La Mumancia”. Luís de Gôngora e Lope de Vega, importantes autores da época, foram seus interlocutores. Cervantes publicou em 1605 sua novela mais importante, El ingenioso hidalgo Dom Quijote de La Mancha, sendo uma segunda parte publicada em 1615 foi uma resposta a obra de Alonso Fernandez de Avellaneda que publicou um Dom Quixote falso. O primeiro livro publicado em 1605 é considerado pelos críticos como uma novela “maneirista” e a segunda, de 1615, como “barroca”. Cervantes nos legou inúmeras obras de grande valor, embora o Dom Quixote seja sua estrela maior, assim, podemos alinhar a seguir algumas das obras do autor: “La Numancia, em 1582; “O trato de Argel”, em 1582; “La Galatea”, em 1585; “El viaje del Parnaso”, em 1613; “Ocho comedias y ocho entremeses nuevos, nunca representados”, em 1615. A obra-prima do “manco”, “Dom Quixote”, apresenta-se como uma paródia aos romances de cavalaria, tão em voga e ao gosto do público à época. Com essa obra, Cervantes encerrou o ciclo de novelas do gênero. Cervantes conseguiu imprimir uma dinâmica notável a sua obra, trazendo à cena episódios ao mesmo tempo fantasiosos e estreitamente em consonância com a realidade, unificando em cada ação do bravo cavaleiro de La Mancha traços de sobriedade e de loucura. Esse romance tornou-se a obra mais lida de todos os tempos, depois da Bíblia, e tem sido aclamado pela crítica e por todos os que se debruçam sobre seus episódios. AS PERIPÉCIAS DO VALOROSO CAVALEIRO A loucura acometida ao fidalgo Dom Quixote, contrasta com a ingenuidade e sobriedade de seu companheiro de aventuras, o gorducho Sancho Pança, um homem pobre e do povo, a quem o cavaleiro havia prometido nomeá-lo como governador de uma ilha. Sancho, então, é o contraponto de Dom Quixote. O nosso herói era um fazendeiro, beirando os cinquenta anos, magro e que dedicava suas noites a ler novelas de cavalaria. Seu verdadeiro nome era Alonso Quixano. Vivia em sua fazenda num lugarejo próximo a La Mancha e vendera parte de