2º Congresso Empresarial da Póvoa de Varzim RevistaWeb | Page 33

www.congressoempresarialpovoadevarzim.pt 25/26 OUTUBRO 2018 HOTEL AXIS VERMAR lançadas ofertas e desafios às muitas empresas que nos visitam”. Esta afir- mação do presidente da Câmara Mu- nicipal acaba por ser elucidativa de um fenómeno em crescimento e em tudo semelhante à especulação imobiliária: “O Parque Industrial de Laúndos, tal como o conhecemos hoje, resultou de um processo de expropriação, duran- te o qual coube ao município a reali- zação de todas as infraestruturas, ao que se seguiu uma hasta pública dos lotes para edificação. Temos prevista a ampliação desse parque industrial mas, com a alteração da lei das expro- priações, os preços que os terrenos atingem em sede de expropriação são manifestamente exorbitantes quando o que está em causa são terrenos in- dustriais, o que praticamente impede a Câmara Municipal de poder concre- tizar intervenções como as que foram feitas no passado”. do satisfazer toda a procura. E quando isso acontece notoriamente que são bons investimentos aqueles que esta- mos a trazer à luz do dia. No último con- curso lançado para a requalificação do espaço do antigo Lota Café, recebemos mais de 17 propostas, o que quer dizer que havia muita expectativa e gente muito interessada em avançar com no- vos investimentos nessa área. Isso está claramente relacionado com um novo despertar do concelho e da cidade pe- rante as oportunidades que estão por aí para quem as quiser agarrar”, diz Aires Pereira em jeito de desafio. Interessante será também constatar a abordagem da Câmara Municipal no que concerne ao desenvolvimento sus- tentável das zonas industriais do con- celho – recentemente alvo de ações de melhoramento. Neste campo de atu- ação, o executivo poveiro tem vindo a deparar-se com obstáculos que estão a comprometer a implementação de uma sustentável política de captação de investimento: “Temos enfrentado uma situação pro- blemática que teremos obrigatoria- mente de revisitar e cuja solução deverá merecer uma profunda reflexão. Trata- -se da dificuldade inerente à disponi- bilização de terrenos nesses parques industriais de forma a poderem ser Perante este cenário confirmado por Aires Pereira, fica desde logo posta em causa uma política estratégica de cap- tação de investimento industrial que, a curto prazo, permita consolidar o posi- cionamento do concelho da Póvoa de Varzim no contexto industrial: “Estamos muito condicionados por aquilo que é a oferta particular e por 33 aquilo que é a iniciativa privada. Quan- do estão em causa investimentos nes- te âmbito, sabemos que se tratam de investimentos de médio-longo prazo e, perante esse panorama, a iniciativa privada terá sempre dificuldade em garantir a sua sustentabilidade. Ainda assim, estaremos sempre atentos ao surgimento de um eventual novo qua- dro de oportunidades que permitam à Câmara Municipal intervir diretamente e, ela própria, colocar os terrenos no mercado industrial”. Algo que, tal como também confirmou o autarca poveiro, poderá vir a ficar mais simplificado a partir do momen- to em que novos rumos fiquem salva- guardados no Plano Diretor Municipal, bem como com as novas áreas reserva- das para o efeito: “Hoje em dia sabemos que os proprie- tários e o setor privado não se mexem a este nível, ao passo que nós, enquanto edilidade, temos capacidade para criar oportunidades que poderão revelar-se de enorme proveito para o concelho. Mas dado o atual quadro de expropria- ções torna-se manifestamente impos- sível adotarmos determinado tipo de política porque essas estruturas atin- gem valores que são completamente irrealistas para aquilo que é a oferta de um terreno para alocação industrial”. Teremos sempre que ratificar as nossas decisões com as pessoas diretamente envolvidas. Confirmar se realmente será o caminho A ou o caminho B aquele que mais interessará à cidade. Saber qual dos sentidos será o mais indicado em termos estratégicos