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Como aluna de Ciência Política e Relações Internacionais é fácil imaginar a assinatura de acordos bilaterais entre os vários países do Mundo. It happens all the time. A cada dia que passa, poderemos ter um novo acordo entre a Alemanha e a Itália sobre diferentes assuntos, os EUA podem estabelecer um novo acordo comercial com os países Latino-Americanos ou Portugal e a Grécia podem chegar a um acordo, relativamente à transferência de refugiados.

Mas é tempo de viajar até à Ásia Oriental, onde após meses de conflito e tensão entre a China e a Índia, se iniciou, no início deste mês, o estabelecimento de um novo acordo entre estas duas potências, sustentado numa política de defesa e baseado na redução das suas tropas militares na fronteira dos Himalaias, mais especificamente conhecida como a “Linha de Controlo Real” (LAC). No entanto, é importante denotar que estas tensões (militares) entre as duas Nações mais populosas do Mundo não são de agora. Apesar de remeterem a outubro de 1947, ano da independência da India, podemos debruçar a nossa atenção para o que aconteceu nos últimos cinco anos, ou especialmente para o ano 2020.

Para além disto, torna-se interessante evidenciar que dado o historial de guerra neste local, as duas Nações, numa tentativa de evitarem um confronto militar, concordaram já há algumas

décadas em não usar armas de fogo, sendo que, por isso, oficialmente não foram disparados tiros desde 1975.

Só que, a mais de 4 mil metros de altitude, observou-se, em junho do ano passado, um cenário de terror pré-histórico, em que soldados chineses e indianos se confrontaram com pedras e barras de ferro pela noite dentro, ao longo do vale de Galwan – palco da maioria dos conflitos entre estes dois países – e que resultou na morte de mais de 20 homens e 76 feridos.

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Por Matilde Pacheco

Conflito sino-indiano a 4 mil metros de altitude

Pontivírgula

Um soldado chinês e um soldado indiano na fronteira ancestral

de Nathu La entre a China e a Índia.

© Diptendu Dutta- AFP