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Foi no passado mês de janeiro que o teatro português ficou mais pobre. António Cordeiro partiu em busca de novos públicos, deixando para trás os admiradores terrenos. 

A sua carreira teve início em 1987, após concluir a formação na Escola Superior de Teatro e Cinema, aquando da sua pontual participação em Duarte e Companhia, uma série policial-cómica original da RTP centrada nas aventuras de três detetives. António Cordeiro desempenhou papéis de barman, cowboy e médico psiquiatra, que catapultaram aquela que viria a ser uma carreira recheada de sucesso e reconhecimento. A sua verdadeira prova de fogo enquanto ator foi a participação em Claxon, na qual deu vida ao protagonista Joe Claxon, um detetive privado, em 1991. Ao longo da sua carreira, António Cordeiro fez ainda parte do elenco de séries icónicas como Morangos com Açúcar (2006), e de novelas conhecidas do grande público, tais como Perfeito Coração (2009),1 e Laços de Sangue (2010), vencedora de um Emmy. A sua última participação em projetos do “grande ecrã” foi em 2017, na produção da SP Televisão, Espelho d’Água. Para além da televisão, o ator fez parte de produções cinematográficas como O Processo do Rei (1990) e, mais recentemente, de Índice Médio de Felicidade, no ano em que se retirou da vida ativa. É ainda de destacar a sua carreira no teatro, sendo que fez parte de diversas companhias de Lisboa, tais como o Teatro Aberto. Contracenou com atores como Manuel Marques, Carla Vasconcelos e Roberto Candeias.

A sua verdadeira prova de fogo enquanto ator foi a participação em Claxon, na qual deu vida ao protagonista Joe Claxon, um detetive privado

António Cordeiro passou os seus últimos anos de vida na Casa do Artista, enquanto lutava contra uma doença rara e degenerativa, que o impedia de trabalhar. Morreu aos 61 anos rodeado de arte, tal como sempre viveu.

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Por Ines Mendes

Em memória do eterno detetive Claxon

Pontivírgula

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Ator português António Cordeira.

Vitorino Coragem