Digital publication | Page 6

Mundo

d

o

M

Pontivírgula

6

Bandeiras dos EAU, Israel e EUA colocadas no voo do El Al. Primeiro voo direito de Israel para os EAU, na chegada a Abu Dhabi a 31 de agosto de 2020. ©AFP

Para além do crescimento de uma nova dinâmica no Médio Oriente, é importante realçar o papel dos EUA como mediador deste "acordo do século". O interesse na manutenção de aliados e na procura de novos acordos comerciais e económicos, em combater o terrorismo e garantir a segurança em Israel (um dos seus principais aliados) e, por fim, atraídos pelo negócio do petróleo, levou a administração de Trump, com vista a dar mais um passo na sua política externa, a promover, então, um acordo auxiliado por Benjamim Netanyahu, o Primeiro-Ministro Israelita, e Mohammed bin Zayed Al Nahyan, o princípe herdeiro dos Emirados Árabes Unidos.

Mas a verdade é que, apesar deste acordo representar um marco histórico e um avanço no caminho para a paz no Médio Oriente, não foi bem recebido pela comunidade Palestiniana, nomeadamente pela Palestina, pela Turquia e pelo Irão, uma vez que, segundo o presidente Turco, os países árabes " não adotaram uma atitude firme em relação a Israel" e tal corresponde, portanto, a uma traição a toda a causa palestiniana.

Contudo, aquando de um capítulo negro da História da nossa diplomacia, com a erosão da democracia Liberal, o aumento dos populismos e dos regimes autoritários e, inclusive, após anos e anos de tentativas falhadas de reconciliação entre Israel e os Estados Árabes, estes acordos de paz surgem-nos como uma luz ao fundo do túnel, um farol de esperança de que, talvez, a Humanidade não tenha desistido e de que a reconciliação entre árabes e judeus é possível.

É possível aos homens viverem em paz.