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Por Ana Sofia Gouveia
Pontivírgula
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Ataque à Democracia
Apoiantes de Trump invadem o Capitólio
©Jose Luis Magana - SIC Notícias
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Apoiantes de Trump invadem o Capitólio ©Leah Millis - Reuters
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Já são comuns as muitas publicações feitas pelo ex-presidente dos Estados Unidos da América, Donald Trump, na plataforma Twitter, que espalham mentiras e incentivam à violência. No entanto, nenhuma delas tinha até então culminado num acontecimento tão grave como o testemunhado no início deste mês. No dia em que o Congresso se reunia no Capitólio para confirmar a vitória eleitoral de Joe Biden, Donald Trump partilhou nas redes sociais o seu descontentamento face ao resultado das eleições democráticas, incentivando os seus apoiantes a “marchar até ao Capitólio”. Assim, apoiantes republicanos de Trump invadiram a casa da democracia, provocando cenas de violência com granadas de gás, armas e mortes.
É difícil compreender como isto foi possível acontecer num dos países mais democráticos do mundo. Num país que nunca renunciou à sua democracia e que, aliás, quando o resto do mundo parecia enveredar pelas ditaduras, os EUA nunca abandonaram a sua cultura democrática e encontraram nela a solução para os mais variados problemas.
A primeira vez que a democracia norte-americana foi gravemente ameaçada foi em 1814, há 207 anos atrás. A segunda foi em 2021. Mas ao contrário da primeira ocorrência, que contou com a invasão de tropas britânicas ao Capitólio, a segunda foi quase como um “golpe de estado”, incentivado pelo próprio Presidente: um país que se atacou a si mesmo, tentando destruir o seu sistema político de liberdade e igualdade.
Se isto pode acontecer no principal país democrático do mundo, o que poderá acontecer nos outros? A verdade é que a democracia está a começar a ser atacada em diversas frentes, com diversos partidos de extrema-direita a ganharem cada vez mais poder em diversos países. Fica, então, um apelo para nos relembrarmos da última vez que algo semelhante aconteceu e àquilo a que conduziu. Pode ser que a história tenha algo para nos ensinar e que, esperançosamente, nós aprendamos algo com ela.