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CAPÍTULO 2 ADOÇÃO: UM ATO DE AMOR Bruno Pereira da Silva Moreira Conheci o Bruno há anos, estava no ensino fundamental quando o via passar pelos corredores da pequena escola municipal Professor João Bandeira, localizada no bairro Consolação, em Vitória. Um jovem feliz e que aparentava ter de tudo na vida sempre foi a imagem que eu e, talvez, todos da escola, tinham de Bruno. Mas, desde que me entendo por gen- te meus pais sempre me disseram para não julgar o livro pela capa. De fato, eles estão certos. Apesar de achar que conhecia o rapaz, eu não tinha vínculo de amizade com ele. Por isso, foi somente durante o processo de produção desse livro que eu realmente fui conhecer e saber da história de Bruno Pereira da Silva Moreira. Em 23 de dezembro de 1993, na cidade de Eunápolis, na Bahia, nascia Danilo Santos de Oliveira, que mais tarde viria a ser batizado como Bruno. Filho de Heloísa e Joílson dos Santos (nomes fictícios), o jovem tem uma história parecida com a realidade de muitos brasileiros, nasceu em uma cidade carente que até hoje apresenta ruas sem pavimentação. Um lugar simples, de gente humilde que batalha todos os dias para pôr o pão e o café na mesa. Heloísa engravidou do primeiro filho, Douglas (nome fictício), aos 15 anos de idade, ainda uma verdadeira menina. Menina essa que era ca- sada, cuidava da casa e do filho, e mesmo tão nova não deixava de lado as suas responsabilidades. Mas, dez meses depois a história viria mudar... ainda amamentando, Maria engravidou pela segunda vez, agora, viria ao mundo o personagem principal dessa história, o Danilo (hoje, Bruno). Apesar das dificuldades que toda família carente encontra, tudo pa- recida bem na casa dos “Santos de Oliveira”. A jovem mãe tinha a ajuda do marido, Joílson, para cuidar dos filhos; além disso, ele mantinha a casa devido ao emprego de consertador de bicicletas. Mas, já diz o ditado, “tudo que é bom dura pouco!”. Foi por causa de briga que a vida de Bruno mu- dou da água para vinho. Joílson e Maria tiveram uma discussão, como todo 11