Ênfase Cristã Entrevista com o Missionário Carlos Heron | Page 22
nuidade. Ele também incluiu uma discussão
sobre tipologia e analogias no NT, bem como
uma discussão sobre Joel 2:28–32 e seu uso no
NT como um teste de caso. Contudo, devido ao
fato de os autores terem escrito independentemente, Feinberg não lidou com Atos 15, deixando, assim, o leitor com a voz de apenas um dos
lados do debate sobre aquela passagem.
Eu muito apreciei o fato de que aqueles no
lado da continuidade deixaram claro que eles
não veem a TD como um sistema plenamente
representado por algumas visões errôneas presentes nas notas da primeira edição da Bíblia de
Referência Sco eld. Por exemplo, com respeito à
acusação de que a TD ensina dois meios de salvação, Fred Klooster (representando a continuidade) admitiu que à luz dos desenvolvimentos da
TD e da revisão da Bíblia de Referência Sco eld,
“a velha acusação deve ser abandonada” (133).
Ele a rma que a TD ensina apenas um meio de
salvação através das Escrituras e que esta convergência entre os dois lados “é motivo de alegria; o reconhecimento disto não deveria ser
feito de má vontade” (133). A atitude de Klooster é exemplar e representa bem o tom da discussão no livro. O restante da explicação de Klooster deste único meio de salvação é de grande ajuda, exceto pelo fato de que ele pula sobre o Milênio na sua narração da história da redenção.
Por outro lado, a discussão de Allen Ross
sobre o tópico da Salvação e os Testamentos é
muito mais útil, especialmente pelo fato de que
ele abordou algo que Klooster ignorou: a constatação de que há também pontos de descontinuidade entre os testamentos no que tange à salvação. Ele inclui entres estes pontos de descontinuidade, o conteúdo da fé, a expressão da fé, a
obra do Espírito Santo e a expectativa da fé. Pela
forma como lida com a questão, Ross desfaz a
concepção de que se pode sustentar apenas a
ideia de continuidade ou descontinuidade com
respeito à salvação. Ele demonstra que ambos os
aspectos estão presentes e que se aplicam a pontos diferentes da doutrina.
John Feinberg também fez um trabalho
excelente em sua listagem das crenças essenciais
do Dispensacionalismo. Há questões muito mais
importantes para a TD do que simplesmente a
ideia de dispensações. Feinberg a rma que não
se de ne dispensacionalismo simplesmente por
meio da de nição do que é um dispensação. Com
efeito, mesmo a TP acredita na existência de dispensações. Entre as crenças essenciais listadas
por Feinberg estão o reconhecimento de que há
múltiplos sentidos em que termos-chave como
“Judeu” ou “semente de Abraão” são empregados. Ele também inclui o fato de que a TD mantém um uso consistente de uma hermenêutica
histórico-gramatical em ambos os testamentos.
Ele esclarece, no entanto, que o não dispensacionalismo não é antiliteralista, mas que sua aplicação de uma hermenêutica literal não é consistente. Ele desenvolve em grande detalhe o problema
do uso do AT no NT e destaca alguns pontos
importantes: 1) O NT não precisa rea rmar uma
promessa ou instituição do AT para que permaneça válida; 2) Não há um padrão de uso do AT
no NT; 3) A aplicação de uma passagem do AT no
NT não invalida seu signi cado original. Outra
marca do dispensacionalismo é a crença em um
futuro distinto para o Israel étnico, que inclui
não apenas salvação espiritual, mas também
restauração nacional.
Finalmente, Feinberg inclui como crença
essencial da TD o fato de que a igreja é vista como
um organismo distinto que começou em Pentecostes e que não existiu em qualquer forma no
AT. Assim, Israel não é a Igreja do AT, nem a Igreja é o Novo Israel.
No que concerne à discussão sobre a Lei,
creio que Chamblin faz uma compartimentalização torcida e injusti cável como tendo três
dimensões: moral, cerimonial e civil. A Lei é sempre referida como uma unidade tanto no NT
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