Ênfase Cristã Entrevista com o Missionário Carlos Heron | Page 14
primeiros passos rumo “aos con ns da terra”.
Matriculou-se em Asbury College, onde cursou
teologia de 1929-1931. Enquanto aluna, era
bastante conhecida no seminário pelo envolvimento em grupos de estudos e trabalhos voluntários. Uma aluna dedicada.
Em Asbury, também estudou Química e
durante esse período teve uma extensa agenda
de atividades acadêmicas, tais como, no Lucy
Stone, no Intercollegiate Debate, o Spanish Club e
no Asburian Staff. O primeiro era um grupo de
debate formado exclusivamente por mulheres,
que levava o nome de uma americana do século
XIX, proeminente abolicionista e ativista dos
direitos das mulheres nos EUA. No Intercollegiate Debate tinha oportunidade de entender e discutir o funcionamento do seminário. Mas foi no
Spanish Club que ela obteve uma das principais
ferramentas para o futuro trabalho missionário
na América do Sul, a saber, o conhecimento da
cultura e língua espanhola. Além da participação no Asburian Staff (anuário estudantil de
Asbury College), a jovem Adelaide também já se
mostrava uma apaixonada pela música, sendo
integrante da Orquestra do seminário no ano de
1930. Participativa, comunicativa e bastante
prestativa. Estava sendo capacitada para uma
vocação missionária.
Sua vida: um legado missionário.
Os estudos teológicos no seminário também trouxeram oportunidades de trabalhos
práticos, os quais con rmavam ainda mais, a
vocação missionária de Deus na vida de Carlos e
Adelaide Mateus. Logo, eles começaram a sentirem-se chamados não apenas a orar, mas também a irem.
O envio dos EUA ao Nordeste do Brasil,
como missionários em 8 de janeiro de 1932,
deu-se pela Evangelical Union of South América,
aquela mesma que o pai de Adelaide integrava
no Conselho de Referência. Desde os primeiros
dias no Brasil, ela sentiu na pele, literalmente,
os desa os de viver em missões. O Nordeste
recepcionou a missionária com o calor escaldante da Paraíba e a seca de 1932. Uma mãe com seu
lho de apenas um ano de vida, entre muitas
mães que perderiam seus lhos para o agelo da
seca. Adelaide viu o próprio lho ser vítima de
doenças no Brasil daquela época. “Por causa da
seca, o calor era fora do comum. Não era bom
para nossa saúde. Depois de três meses lá (na
Paraíba), foi preciso levar nosso lho de um ano
para car com minha família (nos EUA)”, disse
Adelaide em artigo que ela mesma escreveu para
e Message, a revista da missão ABWE.
Por muitos anos a missionária também
ensinou no seminário teológico que havia ajudado o esposo iniciar no Rio Grande do Norte.
Ela fazia este trabalho com muita seriedade,
considerando a si mesma como alguém a quem
foi concedida grande responsabilidade pelas
almas dos seus alunos, por quem ela orava frequentemente. “Foi minha professora de Educação Cristã. Extremamente meiga, educada e
espiritual. Muito inteligente. Usava muitas ilustrações das próprias vivências dela como missionária. Quando ela chegava ao seminário todos
a respeitavam muito”, relata José Nunes de
Morais, aluno do SIBB - Seminário e Instituto
Batista Bereiano da turma de 1973, Natal, RN.
Adelaide Mateus também se dedicou à
música cristã: na participação da Orquestra em
Asbury, ensinando no SIBB e na tradução