À Descoberta de Elvas SITE | Page 26

Capítulo IV Os gémeos acordavam sempre cedo e naquela manhã resolveram levantar-se sem que ninguém os chamasse. Dirigiram-se à sala, na esperança de que a tia Piedade já lá estivesse, mas desta nem sinal. De regresso ao corredor viram a porta da casa de jantar aberta de par em par. Parecia mesmo um convite para entrar e assim fizeram. - Também não está cá ninguém! – reparou o Pedro. - Pois não! Mas já viste que a mesa do pequeno-almoço está posta? – disse o Tiago. Os dois deram a volta à mesa e descobriram que nos lugares do jantar da véspera estavam uns envelopes minúsculos com os seus nomes escritos. - Ah! – reagiu o Pedro, espantado, pegando no seu. - Também tenho um! E a Filipa também! – disse o Tiago. - O que será? Vou abrir! – anunciou o Pedro. Cada um abriu o seu. Dentro encontra- ram um bilhete. Aquilo era coisa da tia Piedade. Não estava assinado, mas só podia ser dela, pois não reconheciam a letra. Dos pais não era e a Filipa tam- bém tinha um… O Tiago leu o seu em voz alta: “Para quem quer ser militar, em Elvas há que visitar e na biblio- teca procurar!” - O meu diz: “Ter um irmão gémeo é uma graça, por isso no mesmo quarto estão. É procurar no…” – leu por sua vez o Pedro. – E não termina, concluiu espantado. - Há-de ser alguma coisa para rimar, como no meu. Estavam ainda com os bilhetes na mão quando a Filipa os descobriu. O que fazem aqui tão cedo? – perguntou-lhes. 26