À Descoberta de Elvas SITE | Page 18

Pelo caminho a tia aproveitou para lhes falar um pouco mais das muralhas de Elvas. - Além das duas cercas islâmicas e da Fernandina, no século XVII foi construída uma nova linha de muralhas. - Porque é que fizeram mais? – perguntou o Pedro. - Pela mesma razão que construíram as anteriores, o aumento da população - desta vez, respon- deu o pai. - Além de ser necessário proteger essa população, era preciso impedir a entrada na cidade em caso de ataque inimigo – acrescentou a tia. - Também tinha portas como as outras muralhas? – interrogou o Tiago. - Sim, mas em menor número que a muralha Fernandina. As muralhas seiscentistas têm três portas: da Esquina, de Olivença e de S. Vicente. Depois de visitada a Torre Fernandina, a tia perguntou-lhes: - Que dizem a uma ida ao Castelo? - Boa! – gritaram os gémeos em coro. Afastaram-se da torre, voltaram à Praça da República e entraram na Igreja de Nossa Senhora da Assunção, a antiga Sé, que já tinham observado por fora no final da manhã. À saída a tia explicou-lhes: - Antes da abertura desta praça e da construção da antiga Sé, este local era uma judiaria. - O que é isso? – perguntou o Tiago, franzindo os olhos. - É um bairro onde viviam judeus. Aqui em Elvas existia uma importante comunidade. Inicial- mente residiam dentro da primeira muralha islâmica, na zona da alcáçova, que vamos ver daqui a nada – referiu a tia. Continuaram a caminhar e passaram junto ao cineteatro quando a tia os fez parar. - Neste sítio existiu um convento de freiras dominicanas, construído no século XVI, no mesmo local onde, no século XIII, se encontrava uma igreja dos Templários. O convento foi demolido no século XIX, e aqui se construiu uma escola primária e um cineteatro. - Isso quer dizer que não sobrou nada desse tempo! – concluiu, precipitadamente, a Filipa. 18