- Não me diga que é bacalhau dourado!? – disse o pai, entusiasmado e já cheio de apetite.
- Como é que adivinhaste? – perguntou, risonha, a tia.
- É o meu prato favorito! Comia tantas vezes em miúdo aqui em casa dos meus tios Francisco e
Mariana. Vão ver que vão adorar! – disse, virando-se para os filhos, que o ouviam atentamente.
Depois de indicados os quartos e arrumada a bagagem, a tia mostrou a casa aos mais novos.
Era grande, mas com divisões pequenas, algumas delas separadas por um degrau. Parecia um
labirinto. Os gémeos já se imaginavam a jogar às escondidas.
O almoço não tardou a ser servido. Tal como anunciara, a tia apresentou-lhes um bacalhau dou-
rado, que os mais novos apreciaram tanto como o pai.
- Parece bacalhau à Brás – comentou o Pedro.
- Parece, mas não é! Esta receita já tem mais de 70 anos – ensinou a tia Piedade. – Espero que
gostem também da sobremesa. É outra especialidade! – disse, levantando-se.
Não tardou a regressar da cozinha com um prato de barro, redondo, com um doce cozido, cober-
to de canela em pó, com umas rachas
que deixavam ver uma parte mais clara.
- Como se chama este doce? - quis saber
a Filipa, que era a mais gulosa dos três,
e estava já com vontade de saborear
aquela iguaria tão convidativa.
- Chama-se Sericaia e tens de provar
acompanhado destas ameixas de Elvas,
que são igualmente famosas e boas –
ensinou a tia.
O almoço foi um sucesso. O passeio es-
tava a começar muito bem!
A seguir à refeição, os pais retiraram-se
para dormir uma sesta e a tia Piedade
aproveitou para conversar com os so-
brinhos.
Sericaia com ameixa de Elvas
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