À Descoberta de Elvas SITE | Page 15

- Não me diga que é bacalhau dourado!? – disse o pai, entusiasmado e já cheio de apetite. - Como é que adivinhaste? – perguntou, risonha, a tia. - É o meu prato favorito! Comia tantas vezes em miúdo aqui em casa dos meus tios Francisco e Mariana. Vão ver que vão adorar! – disse, virando-se para os filhos, que o ouviam atentamente. Depois de indicados os quartos e arrumada a bagagem, a tia mostrou a casa aos mais novos. Era grande, mas com divisões pequenas, algumas delas separadas por um degrau. Parecia um labirinto. Os gémeos já se imaginavam a jogar às escondidas. O almoço não tardou a ser servido. Tal como anunciara, a tia apresentou-lhes um bacalhau dou- rado, que os mais novos apreciaram tanto como o pai. - Parece bacalhau à Brás – comentou o Pedro. - Parece, mas não é! Esta receita já tem mais de 70 anos – ensinou a tia Piedade. – Espero que gostem também da sobremesa. É outra especialidade! – disse, levantando-se. Não tardou a regressar da cozinha com um prato de barro, redondo, com um doce cozido, cober- to de canela em pó, com umas rachas que deixavam ver uma parte mais clara. - Como se chama este doce? - quis saber a Filipa, que era a mais gulosa dos três, e estava já com vontade de saborear aquela iguaria tão convidativa. - Chama-se Sericaia e tens de provar acompanhado destas ameixas de Elvas, que são igualmente famosas e boas – ensinou a tia. O almoço foi um sucesso. O passeio es- tava a começar muito bem! A seguir à refeição, os pais retiraram-se para dormir uma sesta e a tia Piedade aproveitou para conversar com os so- brinhos. Sericaia com ameixa de Elvas 15