- O aqueduto servia para abastecer de água a população, não era? – interessou-se a Filipa.
- Era, sim! Graças ao aqueduto, há alguns séculos, foi resolvido o problema da falta de água
dentro da cidade. Além disso, é uma notável obra de engenharia. Tem 833 arcos que, em certos
locais como o que vamos atravessar, estão sobrepostos – explicou o pai.
- Quando foi construído? – perguntou, curiosa, a Filipa.
- Este aqueduto foi mandado construir pelo rei D. Manuel I, no início do século XVI, mas foi com
D. João III que a obra avançou por ter sido então descoberta a nascente onde foram captar a
água, que através dele passou a abastecer diversas fontes e chafarizes.
- Amoreira era alguma árvore que aqui havia? – quis saber o Tiago.
- Não! – respondeu o pai, com um sorriso. – Chama-se assim porque era esse o nome da nas-
cente a que me referi. Desse local até à Fonte da Misericórdia, na entrada da cidade, o aqueduto
mede 7054 metros. Foi uma obra muito demorada e cara. Levou quase cem anos a ser construí-
do, tendo sido inaugurado a 23 de junho de 1622. O autor do projeto foi Francisco de Arruda.
- Fixe! O pai sabe muitas coisas! – constatou o Pedro, com admiração.
- Tinha a tua idade quando comecei a vir passar as férias de verão para casa de uns tios, que
viviam aqui em Elvas. Foi com o meu tio que aprendi muito sobre a história da cidade e sobre o
seu património – contou o pai.
- Gostava de os ter conhecido – afirmou a Filipa, com um olhar triste.
- Tenho boas recordações de Elvas! – comentou o pai, com alegria na voz.
- Imagino! – disse a mãe, divertida. E todos se riram muito.
- Gozem, gozem! No final da semana ainda me vão agradecer muito as minhas histórias e o pas-
seio – adiantou o pai, entrando na brincadeira.
- Está ali um grande painel de azulejos – afirmou o Pedro, em grande excitação. Apesar de o ter
visto apenas de relance, despertou-lhe a curiosidade.
Assim que foi possível o pai parou o carro para lhe explicar.
- Aquele painel com o brasão da cidade foi mandado fazer para a Fonte dos Cavaleiros, cons-
truída já no final do século XIX, junto ao convento de São Paulo, próximo da entrada da cisterna.
Terminada a obra, a Câmara encomendou um painel de azulejos com o brasão de Elvas para a
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